Após a aposentadoria do grande ídolo Gustavo Kuerten, conhecido popularmente como Guga, os brasileiros estavam órfãos de ter um grande nome no cenário do tênis mundial. Esse espaço, agora, é ocupado por Marcelo Melo, belo-horizontino que, após conquistar o título de Wimbledon ao lado polonês Lukasz Kubot, ocupa o primeiro lugar no ranking individual de duplas.
Essa é a segunda vez que o mineiro fica na parte mais alta da ATP: em 2015 e 2016, ele ficou por 26 semanas como primeiro do mundo. Além disso, ele possui vários títulos em dupla masculina que comprovam o quanto a sua carreira é promissora: Roland-Garros e Wimbledon, em 2015 e em 2017, respectivamente, os 7 títulos de duplas em Masters 1000, e o vice-campeonato no ATP World Tour Finals, em 2014. Já nas duplas mistas, foi vice-campeão no Torneio de Roland-Garros em 2009, com a norte-americana Vania King.
Qual a importância de um brasileiro ser novamente o número 1 do ranking da ATP? E qual o valor do seu título para a divulgação do esporte no país?
São conquistas que colocam o tênis brasileiro em evidência e podem contribuir para a divulgação do esporte e para o futuro da modalidade no país. Um título em um torneio, com toda a tradição e destaque de Wimbledon, é sempre importante, especialmente, para os juvenis e para quem está começando, pois eles podem enxergar um futuro, saber que podem chegar lá e buscar seus caminhos.
O que um jogo de duplas mais demanda do tenista?
O jogo de duplas exige um entrosamento entre os parceiros, um conjunto que traz resultados, e diferencia a atuação na quadra. Um entendimento que vem passo a passo, cada um percebendo a forma do outro jogar, dando o seu melhor, conversando a cada jogo e definindo estratégias para as vitórias.
Qual foi o título que você ganhou e que mais marcou a sua vida?
Meu grande sonho sempre foi vencer em Wimbledon. Consegui, agora, torná-lo realidade. Um momento inesquecível, muito marcante e especial. Mas, outras duas conquistas também marcam a minha carreira: ser número 1 do mundo – posição que ocupei em 2015/2016 e que retomei agora em Londres – e o título do meu primeiro Grand Slam, em Roland Garros, na França, em 2015.
Você se sente ídolo dos brasileiros?
Acho que os resultados acabam levando para o caminho de ser uma referência para quem gosta de tênis, está começando e acaba trazendo mais adeptos ao tênis. Poder ser exemplo para uma criança é muito especial e gratificante. Desde a conquista do título em Wimbledon, sou mais reconhecido pelas pessoas. Foi assim no avião, quando bateram palmas para mim, na imigração, ruas, em entrevistas coletivas que fiz em São Paulo e Belo Horizonte, quando atendi dezenas de fãs, que pediram autógrafos e para tirar fotos. Fico feliz por tudo isso.
Qual o seu maior ídolo?
Meu ídolo no esporte sempre foi o Ronaldo Fenômeno, desde pequeno, quando ele ainda jogava no Cruzeiro, que é meu time. Entre os tenistas, considero Roger Federer a referência, o grande nome atual, com quem pude compartilhar grandes momentos nesta edição do torneio de Wimbledon, no dia a dia e, também, no Jantar de Gala.