Home > Editorial > Candidatos sem propostas

Candidatos sem propostas

Foi-se o tempo dos discursos de oradores de primeira linha, quando as suas eloquências eram suficientes para convencer eleitores no período de campanha. Com a modernidade, uma das ferramentas mais usadas para amplificar a voz dos candidatos tem sido as redes sociais. Elas servem para tudo, inclusive, ludibriar os desatentos, especialmente os votantes procedentes das classes menos abastadas.

Especialistas destacam a importância da internet nas eleições deste ano, assim como ocorreu nas pelejas mais recentes. Uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou que as pessoas induzidas através de mensagens oriundas dos aplicativos, ao tomarem a decisão em quem votar, ainda têm dúvidas quanto ao conteúdo das aludidas mensagens. Isso é um ponto de interrogação para 47% dos entrevistados.

Eleição, democracia e voto são instrumentos para serem levados a sério. A partir desses pressupostos são escolhidos prefeitos e vereadores que vão comandar o destino de milhares de habitantes em Belo Horizonte, e nos rincões de Minas Gerais.

Toda essa facilidade de acessar as informações não pode ser confundida com a falta de consistência de muitos discursos. Tem candidatos que sequer conhecem os meandros de seu município. E, ao usarem a web, acreditam que vão convencer o eleitorado. É comum haver candidaturas sem a indispensável proposta de governo. São postulantes usando a sua comunicação para dizer pouco ou quase nada dos temas concernentes aos planos de ações. Esses espertalhões das redes sociais terão de ser mais seletivos em suas postagens, não se escondendo apenas através de frases de efeito, que é uma maneira de evitar mais esclarecimentos sobre suas teses e ideias.

É salutar reafirmar que o poder não pertence a esses comunicadores evasivos, mas sim ao povo, que exerce o seu direito livre de votar. Esse cidadão decide o caminho mais condizente com seus pensamentos, para haver mais comprometimento dos escolhidos, permitindo a implementação de projetos que garantam saúde, segurança, educação e mobilidade urbana. De resto, é esperar que as redes sociais sejam uma ferramenta que ajude o eleitor na escolha do candidato, consequentemente, contribua para o pleno êxito desse verdadeiro advento da democracia em nosso país.