Os Jogos Olímpicos de Paris deixaram os amantes dos esportes antenados de 26 de julho a 11 de agosto, com a participação de cerca de 10.700 atletas de 206 países. É o maior evento esportivo do mundo. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem o orçamento deste ano, considerando as fontes de recursos do Comitê (Loterias da Caixa Econômica Federal, Recursos Próprios – empresas patrocinadoras, Solidariedade Olímpica e Termo de Fomento), a arrecadação de R$ 486,3 milhões. Este valor é investido durante todo o ano na preparação dos atletas, competições no país e no exterior, mantendo os esportistas em alto nível para as conquistas em campeonatos, torneios e copas mundiais.
Nos jogos de Paris, o Brasil conquistou 20 medalhas, a segunda melhor marca da história. Foram três ouros, sete pratas e dez bronzes, que colocaram o país no 20º lugar do quadro de medalhas. Pelo total de pódios, o Brasil terminou em décimo segundo.
Na França, a delegação brasileira fez história com as mulheres, encerrou jejuns e conquistou medalhas inéditas. Pela primeira vez, elas superaram os homens e conquistaram mais medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos. Das 20 medalhas conquistadas, 12 foram em competições femininas, além de uma por equipes mistas, no judô. Os homens conquistaram sete.
Todas essas conquistas, contudo, possuem algo em comum: as medalhas têm a marca do Bolsa Atleta. O programa de patrocínio individual do governo federal está na trajetória de todos os brasileiros premiados no megaevento. Dos 60 medalhistas em Paris (48 mulheres e 12 homens) 100% são integrantes do Bolsa Atleta ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras.
O Bolsa Atleta é um programa do governo federal, gerido pelo Ministério do Esporte, que desde 2005 apoia financeiramente atletas de alto desempenho que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais. Em 2024, foram contemplados mais de 9 mil atletas pelo programa, sendo o maior número em 20 anos. O objetivo é dar suporte ao desenvolvimento da carreira dos esportistas.
Segundo o governo federal, o programa garante “condições mínimas” para que os profissionais se dediquem, com “exclusividade e tranquilidade”, aos treinamentos e competições. Em julho de 2024, depois de 14 anos, os valores foram reajustados em 10,86% e passaram a variar de R$ 410 a R$ 16.629. Há seis categorias de bolsa oferecidas pelo Ministério do Esporte: Atleta de Base; Estudantil; Nacional; Internacional; Olímpico/Paralímpico/Surdolímpico; e Pódio.
Para ser contemplado, o atleta deve atender a alguns critérios, como ser maior de 14 anos, estar vinculado a um clube esportivo, ser filiado à entidade de administração de sua modalidade tanto em nível estadual quanto nacional e ter participado de competição, no ano imediatamente anterior àquele em que está pleiteando a bolsa, dentre outros. O valor é depositado em conta específica do atleta na Caixa Econômica Federal. Depois do recebimento das 12 parcelas previstas por ano, o contemplado precisa fazer ainda uma prestação de contas ao governo federal.
Desde 2012, com a Lei 12.395/11, é permitido que o atleta participante do programa também tenha patrocínio, podendo contar com a bolsa e com outras fontes de recursos para suas atividades esportivas. É fundamental as empresas patrocinarem os atletas através da Lei de Apoio ao Esporte. Em 2024, o Bolsa Atleta chegou ao recorde de beneficiados: 9.075 atletas. A Atleta Nacional é a maior categoria, com quase 6 mil pessoas que recebem uma bolsa mensal de R$ 1.025.
Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo.
A participação das mulheres brasileiras se tornou ainda mais expressiva porque elas conquistaram todos os três ouros do país. Beatriz Souza, na categoria acima de 78 kg do judô, foi a primeira. Depois, Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica brasileira de todos os tempos ao fechar sua participação no solo da ginástica artística com um ouro.
Já Duda e Ana Patrícia quebraram um jejum de 28 anos no vôlei de praia feminino e levaram o Brasil novamente ao topo do pódio. Antes das Olimpíadas, o COB tinha definido as premiações para os atletas que conquistaram as medalhas de ouro, prata e bronze. Com os resultados, os atletas merecidamente receberam as seguintes premiações: Rebeca Andrade (ginástica artística): R$ 826 mil (ouro + duas pratas individuais + bronze por equipes); Beatriz Souza (judô): R$ 392 mil (ouro individual + bronze por equipes); Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia): R$ 350 mil cada uma (ouro em dupla); Willian Lima (judô): R$ 252 mil (prata individual + bronze por equipes); Isaquias Queiroz (canoagem de velocidade): R$ 210 mil (prata individual).
Tatiana Weston-Webb (surfe): R$ 210 mil (prata individual); Caio Bonfim (marcha atlética): R$ 210 mil (prata individual); Larissa Pimenta (judô): R$ 182 mil (bronze individual + bronze por equipes); Alison dos Santos (atletismo): R$ 140 mil (bronze individual); Rayssa Leal (skate): R$ 140 mil (bronze individual); Bia Ferreira (boxe): R$ 140 mil (bronze individual); Gabriel Medina (surfe): R$ 140 mil (bronze individual);Augusto Akio (skate): R$ 140 mil (bronze individual); Edival Pontes (taekwondo): R$ 140 mil (bronze individual); Flávia Saraiva (ginástica artística por equipes): R$ 56 mil (bronze por equipes); Jade Barbosa (ginástica artística por equipes): R$ 56 mil (bronze por equipes); Lorrane Oliveira (ginástica artística por equipes): R$ 56 mil (bronze por equipes).
Júlia Soares (ginástica artística por equipes): R$ 56 mil (bronze por equipes); Rafaela Silva (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Ketleyn Quadros (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Leonardo Gonçalves (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Rafael Macedo (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Guilherme Schmidt (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Daniel Cargnin (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Rafael Silva (judô por equipes): R$ 42 mil (bronze por equipes); Seleção Feminina de Futebol: R$ 35 mil para cada jogadora (prata) e Seleção Feminina de Vôlei: R$ 32 mil para cada jogadora (bronze).
A Seleção Feminina de Futebol, que foi prata em Paris, das 22 convocadas, oito não estão no programa atualmente, mas todas já receberam o Bolsa Atleta em algum momento da carreira. Já na Seleção Feminina de Vôlei, bronze na França, duas das 12 convocadas não fazem parte do programa em 2024, mas todas também já receberam o Bolsa Atleta em suas trajetórias.
Os números comprovam a importância do Bolsa Atleta, pois a evolução demonstra não apenas o sucesso do programa, mas também o compromisso em apoiar consistentemente os talentos do esporte brasileiro, proporcionando as condições necessárias para que eles alcancem seu máximo potencial. O Bolsa Atleta é mais do que um incentivo financeiro, é uma garantia de que os atletas não estão sozinhos em suas jornadas.
Além de onipresente entre os medalhistas, o Bolsa Atleta também apoiou a grande maioria da delegação brasileira em Paris. Levando em conta o edital de 2024, dos 276 atletas que representaram o Brasil na capital francesa, 241 fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise levar em conta o histórico dos atletas, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do governo federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país foi representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte.
Nós como jornalista, sabemos que são necessárias mais estruturas para a formação de novos atletas e aos atuais que se dedicam aos esportes, com ginásios, pistas de atletismo, piscinas públicas, entre outros apoios da formação da pessoa que se empenha para levar o nome do Brasil para o mundo. Sabemos da garra, determinação e superação dos homens e mulheres brasileiros nos esportes para disputar de igual com países potenciais esportivos, como os Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Canadá e França.
É fundamental o apoio do governo federal, que obtém recursos através das apostas da Caixa Econômica Federal, pela Lei Piva, que destina 2% de cada centavo que a pessoa faz nos jogos das loterias. E as empresas que podem investir nos patrocínios, através da Lei de Apoio ao Esporte, investindo sua marca no atleta e fortalecendo o esporte nacional.