O projeto “Minha Mostra” vai apresentar os espetáculos infantis “BOO” e “Avoar” em parques e centros culturais de Belo Horizonte e Contagem, nos meses de maio e junho, ambos com classificação livre. Serão, ao todo, 12 apresentações gratuitas, duas por dia, sendo sempre o “BOO”, às 10h e o “Avoar”, às 15h (confira dias e locais das apresentações no final da reportagem). A iniciativa é da coletiva artística “Minha Companhia”, das atrizes Janaína Morse e Maria Tereza Costa.
São espetáculos que reúnem palhaçaria e música, com muito movimento e interação com o público. “Trazemos obras autorais, criadas durante a pandemia. Destacamos como diferencial a versatilidade e o ineditismo dessas produções, que encantam adultos e crianças”, conta Maria Tereza.
Segundo Janaína, o objetivo do projeto é encontrar o público, provocar a reflexão e a inspiração através da arte. “Queremos levar poesia, sutileza, graça e graciosidade. Além de fortalecer a cultura e a conexão com as pessoas”. O “Minha Mostra” conta com o patrocínio da MGS e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Os espetáculos
Criado em 2022, o espetáculo “BOO” tem como tema o medo. Ele é o segundo trabalho cênico da “Minha Companhia”, e é dedicado ao público infantil. A montagem foi criada durante a pandemia, com as palhaças Brisa (Janaína Morse) e Tecla (Maria Tereza Costa). Elas refletem sobre o medo na perspectiva da infância, de maneira leve e bem-humorada, com muita palhaçaria e música. A peça tem duração de 50 minutos.
A palavra BOO, onomatopeia do medo, é um clássico universal da infância, porém, segundo a organização, pouco debatido com os pequenos. “A gente sempre falava em abordar esses temas meio tabus, ditos intocáveis para as crianças. Em geral, a palhaçaria tem essa licença de falar de situações difíceis, de botar em evidência certas coisas, porém, de uma maneira subversiva, sutil e divertida”, explica a atriz Janaína Morse.
Já o show “Avoar”, as palhaças Brisa e Tecla, emolduram uma mistura inusitada: guitarra, percussão e violoncelo; brincadeiras musicadas e participativas; ludicidade e movimento. Conforme a organização, a peça instaura uma atmosfera de poesia, com imagens e muita diversão, contribuindo para a construção de paisagens sonoras contemporâneas para o universo infantil.
O roteiro cênico e o repertório são permeados pela interatividade, flexíveis no encontro e na relação com o público. A banda musical, que acompanha o espetáculo, é formada por Débora Costa, na percussão; Letícia Damaris, na guitarra e Vanilce Peixoto, no violoncelo.
A companhia
Em 2019, pelo desejo de experimentar formas de criar, em diferentes campos criativos, Janaína Morse e Maria Tereza Costa fundaram a coletiva “Minha Companhia”. Que se fundamenta em pilares que dialogam com a diversidade e a valorização da representatividade, uma vez que a equipe é formada prioritariamente por mulheres.
Atualmente, são dois espetáculos fundamentados na tratativa de temas delicados para a infância, com pilares na representatividade e inclusão. Narrativas autorais, lúdicas e contemporâneas, entrelaçando teatro, palhaçaria, música e improvisação.
Janaina Morse é atriz, palhaça, cantora e compositora. Pesquisadora em comicidade e da arte da palhaçaria, desde 2007, além de ser formadora no trabalho de intervenções artísticas hospitalares.
Já a Maria Tereza Costa é atriz, palhaça, cantora, musicista, compositora e pesquisadora em comicidade. Com formação em teatro experimental e musical, tem experiência de mais de uma década em projetos musicais infantis.