O relatório de compra e venda produzido trimestralmente pela Casa Mineira Por Quinto Andar revelou que Belo Horizonte fechou o primeiro trimestre do ano com alta, tanto nos valores anunciados de imóveis como nos contratados. O preço do metro quadrado em Belo Horizonte cresceu 5,36% em comparação com o último trimestre do ano passado, e 0,06% em comparação com o primeiro trimestre de 2021, atingindo a média de R$ 4.842 por m². Em relação aos anúncios de imóveis, a variação sofreu alta de 3,45% e registrou o valor médio de R$ 5.000 por metro quadrado.
Segundo a pesquisa, as zonas Norte, Leste e Nordeste tiveram as maiores altas. A região da Pampulha apresentou aumento de 1,2%. Já a região Centro-Sul registrou crescimento de 5,6% em relação ao último trimestre de 2021, mas continua abaixo do nível registrado no início do ano passado. Já a região Oeste teve alta de 2,68% em relação ao último trimestre, mas também está abaixo do nível observado no início de 2021 (1,37%).
Além disso, o estudo mostra que, em janeiro de 2022, a média de desconto dado em contratos fechados foi de 3,8%, uma variação de 0,6 ponto porcentual em relação ao trimestre anterior. Essa medida reflete o aquecimento do mercado a partir da negociação entre proprietários e compradores.
O corretor de imóveis da imobiliária Casa Mineira, Wellington Barreto, supõe porque o mercado pode estar tão aquecido na cidade e com altas demandas. “O que leva as pessoas a comprarem um imóvel é justamente fugir do aluguel, somado aos juros que ainda estão razoáveis, em torno de 8,5% ao ano, além da facilidade de aprovação de crédito, a grande oferta de imóveis na cidade e também a necessidade de ter um bem já que as aplicações financeiras não estão tão atrativas quanto já estiveram”.
A respeito do aumento da Selic, o relatório mostrou que a rentabilidade potencial dos imóveis continua em níveis robustos e se apresenta como um investimento seguro, pois o impacto no crédito habitacional ainda não foi integral, porém ainda é um desafio para o mercado. “Estamos averiguando desde o ano passado, e a tendência é que ela cresça, fazendo com que a procura por imóveis e financiamento fique menor e o mercado menos aquecido, porém o investimento em imóveis, ainda se mostra seguro, pois é um dos poucos ativos que a pessoa além de usufruir da moradia, também tem a valorização do bem, e a tendência não é de queda no valor dos imóveis já que os insumos para construção tem crescido” diz Wellington.
A nova edição do relatório elencou ainda quais são os bairros da cidade que possuem maior liquidez, ou seja, a maior velocidade na venda dos imóveis anunciados. Na capital mineira, os imóveis que demandam menos tempo para serem vendidos estão nos bairros Castelo, Buritis, Funcionários, Cidade Nova e Sagrada Família.
“O Castelo é um bairro novo, arborizado, que possui ruas largas, comércio próprio e transporte para várias áreas da cidade, o Buritis também é um bairro atual e atrai muitos jovens que procuram imóveis novos, o Funcionários sempre foi valorizado por estar perto da rede hospitalar e de um grande polo comercial e cultural-gastronômico, e o Cidade Nova e Sagrada Família são um dos melhores bairros da cidade, possuem infraestrutura de comércio e transporte excelente e vias de acesso sensacionais”. Aponta Wellington Barreto
Em contrapartida, Santo Antônio, Serra, Sion e Gutierrez são regiões em que as transações demoram mais para serem concretizadas. “O que leva um bairro a não ter alta liquidez é a proximidade de comunidades, a topografia muito acidentada, a falta de comércio e transporte e a distância da área central de serviços da cidade”. Explica o corretor.
No que diz respeito à rentabilidade de imóveis, o Relatório QuintoAndar mostrou que, em Belo Horizonte, a média é de 5,07% ao ano com o aluguel de apartamentos vendidos. Os locais com um dormitório são os mais rentáveis (6,5%), seguidos por imóveis de dois (5,07% ) e três dormitórios (5% ). A rentabilidade de um imóvel é medida pelo preço que o investidor paga e pelo preço que ele consegue cobrar de aluguel. Quanto menor for o preço do imóvel e maior o preço do aluguel, melhor será o retorno.
O publicitário Marcos Henrique está à procura de um apartamento para morar sozinho e conta que prefere a região centro-sul, apesar dos preços que podem ser altos. “Gosto muito de sair para bares e comércios da área, além de estar perto do centro e do local onde trabalho, então facilitaria bastante a vida. Sei que os preços dos imóveis nestes bairros podem ser altos, mas é algo que venho planejando a um tempo e pretendo adquirir ainda esse ano”.