Bons tempos quando os mineiros revoltados com o pagamento de 20% de impostos à coroa portuguesa se revoltaram. Era o chamado quinto do ouro, cobrado pelos colonizadores aos exploradores do mineral em seu distante e promissor território. Traídos e descobertos foram punidos com prisão, desterro e esquartejamento. Lutaram, reagiram, perderam, mas deixaram o sonho da liberdade semeado entre seus compatriotas. Tudo que é realidade hoje foi sonho um dia. Assim conquistamos nossa independência, nos transformamos em nação e continuamos a lutar pelos nossos valores, tradição e cultura. Uma luta a cada dia mais difícil e injusta para os cidadãos comuns, os pagadores de impostos nesta pátria mãe gentil, a cada dia mais voraz. Seus governantes gastadores em todos os níveis, que só sabem criar impostos, nunca cortar gastos, desconhecem o que é uma boa gestão, equilibrar receitas com despesas, além de fazer da máquina pública uma moedora de dinheiro.
O fato é que em 2024 temos 92 tributos vigentes, com um recolhimento, até novembro, de R$ 3 trilhões, com uma alta de 20% a mais em relação a 2023. Ou seja, o brasileiro trabalha cerca de 149 dias do ano somente para pagar tributos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Ou, em média, 40,71% de sua renda é recolhida pelos poderes públicos a empanturrar seus cofres e ser gasto com a irresponsabilidade conhecida de nossos governantes, que desconhecem sequer o “bê-á-bá” de suas responsabilidades. A mais onerada camada de brasileiros é a chamada classe média, quem ganha entre 3 a 10 salários mínimos, com um ônus de 42,47% de impostos. Veja o leitor que até nossa divisão de classes é modesta. No mundo, a classe média é quem ganha entre 10 a 20 mil dólares. Assim fizemos o chamado Custo Brasil, a desestimular investidores e empreendedores, criando a estagnação de nosso crescimento/desenvolvimento.
Mas, esta não é a pior notícia. Está no Congresso Nacional a chamada reforma fiscal, claro, uma reforma que não irá diminuir o valor dos impostos, ao contrário, sua proposta é reduzir o número de tributos, mas em seu bojo traz junto um aumento de seus percentuais. Como dizem na minha terra, “além de queda, coice”. Fica difícil fazer qualquer projeção otimista para nosso destino como Pátria, melhoria da qualidade de vida de seu povo, desenvolvimento e riqueza, onde todos os brasileiros ganhariam com a reforma. Pela qualidade de nossos gestores Executivos, Legislativos e Judiciário, o pessimismo é inevitável, deixando para nosso futuro nuvens escuras e sombrias a comprometer nosso horizonte. Para encerrar, convido o leitor a acompanhar os projetos de orçamentos dos governos federal e estadual para o ano que vem. Dá vontade de chorar.