Ao longo de 2023, o cenário econômico do Brasil e do mundo foi permeado por fatores, como inflação externa, crédito mais caro, desaceleração e tensões geopolíticas. Contudo, o país se mostrou resiliente e avançou em questões importantes para o crescimento econômico, como queda da inflação, política monetária menos restritiva, aumento da massa salarial, programa “Desenrola Brasil” e aprovação do novo Regime Fiscal.
Todos esses componentes proporcionaram o crescimento da atividade econômica no país. Isso elevou a confiança do consumidor, do comerciante e também dos investidores. Em Belo Horizonte não foi diferente. Pela terceira vez consecutiva o comércio varejista da capital mineira fechou o ano com crescimento. De acordo com o Termômetro de Vendas, elaborado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH), as vendas do comércio registraram aumento de 1,36% no ano de 2023, quando comparado com 2022. No último ano, o setor fechou com crescimento de 1,32% e em 2021 o aumento foi de 1,34%.
No Brasil, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as vendas aumentaram 1,7% em 2023. Este foi o maior crescimento registrado desde o início da pandemia. Assim como verificado na capital mineira, as vendas mensais no comércio brasileiro têm superado os patamares de antes de 2020.
Outro dado importante que mostra melhora no cenário econômico se vê no mercado de trabalho. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em 2023, o saldo de vagas formais criadas foi de 1,48 milhão. Refletindo a criação de vagas, a taxa de desemprego, que também considera o mercado informal, caiu para 7,4%, o menor patamar desde 2014. O ano de 2023 também foi de recuperação da renda real, que alcançou um patamar superior ao observado antes da pandemia. O endividamento das famílias, por sua vez, começou a recuar, mas ainda de forma lenta.
Com a queda do desemprego e da inflação, a renda média do trabalhador vem se recuperando e chegou a R$ 3.032 em dezembro de 2023, valor acima do observado antes da pandemia. A recuperação da renda é um fator importante porque afeta diretamente a capacidade de consumo das famílias. De acordo com dados do Banco Central, o endividamento vem caindo, mesmo que de forma tímida. Em dezembro de 2023, o endividamento chegou a 48,2%, abaixo do índice do mesmo mês do ano de 2021 (49,7%). Já a confiança dos consumidores atingiu 90,8 pontos na primeira medição de 2024, índice acima de janeiro de 2023.
Também estamos assistindo à queda gradual dos juros. Na primeira reunião de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% ao ano, dando continuidade ao ciclo de cortes, iniciado em agosto de 2023. E as projeções do mercado é que estas reduções continuem e encerrem o ano de 2024 em 9,0%. Esta taxa é importante porque afeta as demais taxas de juros da economia. Quanto menor for a Selic, menores tendem a ser as taxas de juros cobradas dos consumidores e empresas em operações de empréstimos e financiamentos.
O ano de 2024 começa com perspectivas positivas para a economia global. A grande vitória dos últimos meses foi o recuo da inflação, que vem permitindo a queda dos juros. O Fundo Monetário Internacional (FMI) resume o cenário como um “pouso suave”, em que a queda da inflação se faz sem grandes prejuízos para a atividade econômica, que se mantém confiante. Acreditamos que as atividades econômicas para este ano serão beneficiadas pela geração de emprego, queda da inflação e dos juros e investimento de capital estrangeiro.