O Brasil é um dos países que mais arrecada impostos no mundo. Porém, a contrapartida oferecida à população é mínima. O cidadão brasileiro não vê o retorno do que paga em recursos fundamentais e de direito, como educação, saúde, segurança e transporte. A alta carga tributária é, sem dúvida, um dos principais empecilhos para o desenvolvimento do país, pois, os impostos consomem boa parte do orçamento do brasileiro e trava os negócios do pequeno, médio e grande empresário, impedindo assim o crescimento da economia.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), no ranking das 30 nações com a maior carga tributária, o Brasil aparece em último lugar na relação gasto público e imposto arrecadado, levando-se em consideração o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Vizinhos como Uruguai e Argentina figuram, respectivamente, nessa comparação, na 14ª e 17ª posições. Mesmo com o péssimo retorno oferecido à população, os tributos só aumentam a cada dia, no intuito de tentar diminuir o rombo das contas públicas.
Se temos uma arrecadação alta, que não oferece retorno de qualidade à população, é sinal de que os recursos estão sendo mal empregados. Da forma como nosso sistema tributário funciona atualmente, o método é totalmente incompatível com a política adotada pelos países que buscam o fomento do setor produtivo, a melhoria do bem-estar da população e a redução das desigualdades sociais. Por isso, precisamos que uma ampla reforma tributária seja feita o quanto antes. Não é mais aceitável continuarmos pagando tantos impostos, e não termos nem sequer serviços públicos de qualidade.
Somos penalizados diariamente com tantos impostos. A população e os empresários já arcam com custos elevados em diversos setores, como por exemplo, o da energia elétrica, que acabou de ser reajustado em mais de 18% para os consumidores residenciais e 35% para as indústrias. Outro gasto que vem pesando no bolso de todos é o dos combustíveis, que vem subindo a cada dia. Para protestar contra as altas cargas tributárias, especialmente neste momento de economia ainda fragilizada e com tantos aumentos em itens essenciais, dirigentes e empresários dos setores de comércio e serviços, fizeram, na quarta-feira, 23, uma manifestação na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A manifestação iniciou as ações do Dia da Liberdade de Impostos (DLI) deste ano, que foi realizada no dia 24 de maio.
O Dia da Liberdade de Impostos é promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e pela CDL Jovem, tendo como objetivo conscientizar a população a respeito da cobrança excessiva de impostos e sobre o péssimo retorno que é dado a população do valor arrecadado. Na 12ª edição do DLI, empresários da capital mineira, dos mais variados segmentos, participaram da ação comercializando produtos e serviços com desconto referente ao valor dos impostos incidentes. Foram mais de 560 mil unidades de itens colocados à venda, como gasolina, pão, sanduíches, roupas, óculos, brinquedos, ferramentas, cosméticos, equipamento de construção, medicamentos genéricos, entre vários outros, sem o valor dos tributos incidentes.
A ação também foi realizada, simultaneamente, em vários estados: Amapá, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima, Paraíba, Goiás, Amazonas, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, além do Distrito Federal.
Empresários e população precisam se unir para pressionar para que os nossos governantes promovam uma reforma tributária que permita que o Brasil se desenvolva de forma sustentável. Com isso, será possível dar novo fôlego aos negócios, aquecendo a economia e fomentando a geração de mais empregos e renda, o que irá permitir que as desigualdades sociais reduzam em nosso país. Não temos como arcar com tantos impostos e aumentos exorbitantes que impactam na vida dos empresários, dos consumidores e no custo de vida da população.