No cargo desde 2013, José Batista de Oliveira foi reeleito presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP) para o próximo triênio, correspondente aos anos de 2017 a 2020.
Oliveira iniciou a sua trajetória no setor de panificação em 1981 e ingressou, em 1988, nas atividades do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação. Quatro anos depois, fundou a Revista Pão Etc & Tal – atualmente revista Amipão -, onde é o diretor geral. Em 1995 recebeu o prêmio de Mérito Industrial, concedido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e tornou-se presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação em 1991. Já em 2006, assumiu o posto de diretor-secretário da Fiemg e, em agosto, tornou-se o 1º vice-presidência da ABIP. Ademais, há 6 anos, foi eleito o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação de Minas Gerais para o quadriênio 2011/2015.
Em entrevista ai Edição do Brasil, Oliveira analisa o cenário econômico e a sua atuação na ABIP.
Como o senhor avalia o primeiro mandato?
Priorizamos trabalhar na melhoria da qualidade dos produtos de padaria. Fizemos um projeto, em parceria com o Sebrae, para identificarmos os pontos fracos da panificação de um modo geral. Realizamos um levantamento com 800 padarias e procuramos gerar respostas para as demandas do setor. Nesse estudo foi identificado que há muita ruptura e os processos de produção não são adequados. Devido a isso, começamos a trabalhar para melhorar o conhecimento dos empresários por meio dos seminários de tecnologia, fermentação e fabricação de pães artesanais, frescos e de casca grossa em todo o país. O objetivo foi levar aprendizado em todos os cantos do Brasil para que as pessoas pudessem aproveitar e melhorar seu empreendimento.
Quais são as projeções para o segundo mandato?
Continuaremos na busca constante de melhorar. Esse processo não pode parar, pois as mudanças estão acontecendo muito rápido e as novidades vem e vão com a mesma velocidade. Por isso, devemos estar antenados e atualizados. Pretendemos trabalhar a valorização do pão como alimento, porque, nos últimos anos, ele virou “um vilão” das dietas. Na minha opinião, isso é totalmente desproporcional, afinal o pão é um dos alimentos mais antigos da humanidade. Além disso, ele é um produto fresco, com excelente absorção e emprega muita gente.
Qual a importância do pão na economia?
Minas sempre foi um Estado de vanguarda nessa questão, afinal produzimos pães de excelente qualidade. A gente sempre saiu na frente e economicamente tem uma importância grande, pois esse setor representa, aproximadamente, 3% do PIB mineiro, além de empregar muitas pessoas, sendo que 30% do primeiro emprego é na padaria.
Como a ABIP atua no Estado?
O trabalho que propomos em Minas Gerais é o mesmo que fazemos em outros Estados. Não fazemos distinção de locais, mas sempre concentramos esforços onde mais precisam.
O Natal impulsiona o setor de panificação?
Não como todo, mas tem muitas empresas que fazem vários trabalhos diferenciados nessa ocasião, como de ceias de Natal, assados e uma série de coisas que possam facilitar a vida das pessoas. É uma data propícia para que se faça isso e elas acabam aumentando o faturamento em até 12% em dezembro.
Qual a sua expectativa para 2018?
Estamos otimistas, temos certeza que ajudamos o país melhorar e vamos continuar contribuindo com a economia. Esperamos que 2018 seja um ano melhor em relação aos anteriores, quando pedimos para que o setor fosse precavido. Entretanto, para ano que vem, e sobretudo em 2019, os empresários devem voltar a pensar em investir.
Dados da panificação no Brasil
Levantamento realizado pelo Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), em parceria com a ABIP, indica que houve crescimento de 11,2% nas vendas de produtos nas empresas de panificação e confeitaria. No geral, registrou-se na pesquisa um crescimento nominal de 3,08% em 2016 (não descontada a inflação), o que equivale a um faturamento de R$ 87,24 bilhões.