1 – Sinopse – A maioria das pessoas que utilizam o trajeto para o aeroporto de Confins ou para os municípios de Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo e adjacências, até mesmo, os próprios proprietários dos elegantes condomínios horizontais, por várias vezes, já tiveram o seu trajeto interrompido na estrada do “Vetor Norte” (via do Aeroporto de Confins), pelos movimentos do moradores da região do Izidoro. Tais movimentações, eram executadas por estes moradores contra a Ordem Judicial de reintegração de posse, tendo em vista às ações judiciais, movidas pela gestão passada da prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito Kalil, agora no mês de março, num gesto eminentemente humano e social, deletou a tal “reintegração de posse”, suspendendo as ações judiciais, numa “canetada só”.
2 – Histórico dos fatos – Por volta de 2013 a região de Izidoro passou a ser ocupada por pessoas carentes, formando as comunidades Rosa Leão, Esperança e Vitória. Com a crise, a ocupação se expandiu rapidamente, para um número aproximado de 30 mil moradores. Com isto, a PBH travou uma batalha judicial para a retirada dos moradores e reintegração de posse. A policia Militar, com Ordem Judicial, chegou a planejar as operações para entrar em ação. Desesperados, os moradores desciam aflitos para a rodovia “Vetor Norte”, para protestos, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade.
3 – Testemunho presencial – Numa ocasião, deslocávamos rumo ao aeroporto de Confins, quando fomos impedidos de seguir o trajeto pelo respectivo movimento, em frente ao centro administrativo do governo. Por estarmos no início da fila, tomamos a liberdade de irmos a estes moradores e, de forma respeitosa, tentávamos ouvir as explicações das pessoas, das lideranças etc. Sem outros detalhes pertinentes, tivemos uma leitura pontual da gravidade social dos fatos! Eram muitas crianças e mulheres, algumas grávidas e dezenas de homens, que nos passavam um quadro forte de “situação de desempregados”. Com uma otimista percepção, constatamos também, que os mesmos não queriam violência e nem tampouco a anarquia, e sim, registrar um apavoramento e aflição, diante da possibilidade de perda de suas moradias. Cenas tristes e constrangedoras, como o “choro com lágrimas”, eram destaques permanentes, com o “fantasma” em suas mentes, da citada perda. Um quadro respeitoso de humildade e pobreza, nos passava uma visão real da miserabilidade ali embutida. Pessoas com roupas em “frangalhos”, descalças, chinelos e sapatos aos pedaços, falta de água, um sol do “deserto” em suas cabeças que, juntamente, com o asfalto quente e um calor “insuportável”, formavam um ambiente estarrecedor. Os sons intermináveis e nervosos das buzinas, inábeis, infrutíferas e desordenadas negociações, inclusive, com o perigo de “atritos maiores”, com ameaças de desdobramentos incontroláveis. A grandiosidade das turbulências deste movimento, nos remetiam à uma sensação de estarmos num verdadeiro “inferno”. Enfim, esta é a nossa interpretação dos fatos referente a este triste movimento de moradores da região de Izidoro! E foram inúmeros movimentos!
3 – Kalil / Gol de placa – Alexandre Kalil, acompanhado de sua esposa Ana Laender, visitou as comunidades do Izidoro, sendo recebido pelos moradores felizes com a sua presença. Ovacionado com aplausos, gritos de apoio dos moradores, bandeiras do Brasil, do Clube Atlético Mineiro e muita alegria, o prefeito chegou a chorar e, agradecendo, afirmou com emoção: “Eu vim ver o problema! A ocupação está resolvida! Aqui ninguém entra! A promessa é que não invadiriam e não vão! O acordo já está pronto e assinado, a prefeitura já retirou as suas ações de reintegração e posse”!
4 – Frase marcante – Com sua costumeira espontaneidade, complementou carinhosamente: “já demos o primeiro passo, que é dar paz para esse povo de Izidoro viver melhor”!
5 – Considerações finais – Não conhecemos pessoalmente o prefeito, mas não poderíamos deixar de registrar a “luminosidade espiritual” de sua ação humana. Um verdadeiro “gol de placa”!
*Administrador e especialista em Gestão e Planejamento