
O Relatório Anual sobre Tendências de Esportes, do Strava, revelou que a corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024. De acordo com os dados, o Brasil é o segundo país com a maior quantidade de atletas, somando mais de 19 milhões. O documento também mostrou um crescimento de 109% de clubes de corrida em solos brasileiros, quase o dobro da média global (59%), e um aumento de 9% no número de maratonas e percursos de longa distância em 2024.
Para a educadora física, Ana Paula Neto, a corrida é uma das formas mais eficazes de exercício para quem busca melhorar o condicionamento físico. “A prática regular do esporte ajuda a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão, além de contribuir para a perda de peso e fortalecimento muscular. Com o aumento do sedentarismo, muitas pessoas perceberam que a corrida pode ser uma solução simples e eficaz para manter o corpo saudável. Ela melhora a capacidade pulmonar e aumenta a disposição ao longo do dia”.
Além dos ganhos físicos, a corrida tem se mostrado uma excelente aliada no combate ao estresse e à ansiedade. A prática de atividades aeróbicas estimula a liberação de endorfina e serotonina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e felicidade. “Cada vez mais as pessoas buscam a corrida como uma forma de aliviar a pressão do dia a dia. O simples ato de correr ao ar livre ou em locais tranquilos proporciona uma sensação de libertação, que pode melhorar a saúde mental”, ressalta.
Outro fator que contribuiu para a popularização da modalidade em 2024 é o aspecto social da atividade. Para Ana Paula, as corridas de rua criam um ambiente de inclusão para todas as idades. “As plataformas digitais, como grupos em redes sociais e aplicativos de corrida, também ajudam a criar uma rede de apoio onde os corredores podem compartilhar dicas, conquistas e motivação. Ao participar de eventos, os corredores não apenas buscam desafios pessoais, mas também se conectam com pessoas que compartilham do mesmo interesse pela prática”.
Preparação
Ana Paula explica que é sempre aconselhável realizar uma consulta médica antes de iniciar a prática, especialmente para aqueles que têm mais de 35 anos, não fazem atividades físicas regularmente ou possuem algum histórico de problemas de saúde, como doenças cardíacas, hipertensão ou diabetes. “O médico pode recomendar exames como o teste ergométrico (também conhecido como teste de esforço), que avalia a função cardíaca durante o exercício, e outros exames que verifiquem a saúde geral. Isso ajuda a garantir que a pessoa está apta para a atividade e pode evitar complicações”.
“Além da escolha do calçado adequado e de vestimentas confortáveis, também é muito importante que a pessoa comece de maneira gradual, uma boa abordagem inicial é alternar entre caminhada e corrida e à medida que o condicionamento físico melhora, o tempo de corrida pode ser progressivamente aumentado. Aquecer e alongar antes do treino e ter uma boa alimentação e hidratação também são pontos essenciais nessa jornada”, acrescenta Ana Paula.
Ano passado, a vendedora Marcela Vasconcelos decidiu sair do sedentarismo e começou a correr, sem grandes expectativas, apenas buscando mais disposição. “No começo, foi difícil, perdia o fôlego muito rápido, mas com o treinamento correto consegui evoluir e perceber mudanças incríveis. Perdi peso, minha energia aumentou e a ansiedade diminuiu significativamente. A sensação de bem-estar após cada corrida virou um vício positivo e hoje, além de correr, me sinto mais feliz, e o que parecia impossível se tornou parte da minha rotina”.