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Jiu-jitsu: esporte promove disciplina e autoconfiança

Cerca de 2,5 milhões de brasileiros são praticantes / Foto: Tomaz Silva-Agência Brasil

 

De acordo com uma pesquisa do Ministério do Esporte, 1,3% da população é adepta ao jiu-jitsu, sendo considerada a arte marcial mais praticada no Brasil. São aproximadamente 2,5 milhões de esportistas no país. Outro estudo da pasta aponta que entre as atividades físicas mais procuradas, os esportes de combate, como o jiu-jitsu e a capoeira, só ficaram atrás da corrida e caminhada, que registraram aumento de 194%.

O jiu-jitsu chegou ao Brasil no início do século 20, através do mestre Mitsuyo Maeda, conhecido como Conde Koma. Com o tempo, o esporte se espalhou por todo o país, com a abertura de academias e a formação de novos praticantes. Hoje, a modalidade é realizada por pessoas de todas as idades e gêneros, desde crianças até idosos.

O professor de jiu-jitsu, especializado em treinar atletas para combates profissionais, Flávio Guilherme Gilli, explica que uma das maiores vantagens do esporte é que ele pode ser ajustado às capacidades de cada aluno, independentemente da idade. “É uma modalidade que promove saúde física, mental e social. Além de fortalecer o corpo e a mente, ajudando a melhorar a flexibilidade, a resistência e o condicionamento físico. Oferece disciplina, foco e autoconfiança, habilidades valiosas em qualquer fase da vida”.

Conforme o professor, apesar dos benefícios conhecidos da atividade física, apenas 40,6% dos adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal atendem aos níveis de exercícios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde.

Ele relata também que uma pesquisa publicada na Journal of Strength and Conditioning Research, em 2022, revelou que praticar esportes de combate, como o jiu-jitsu, pode aumentar a capacidade cardiovascular, força muscular e flexibilidade, reduzir o estresse e diminuir os riscos de doenças crônicas. “Crianças aprendem a respeitar o próximo, jovens desenvolvem disciplina e idosos ganham mais mobilidade e confiança no dia a dia. É um esporte completo”.

 

Regras do jogo

  • O espaço de disputa entre dois atletas, chamado de ringue, tem área variável entre 64 e 100 metros quadrados. É restrita uma área menor para o combate, de modo que reste uma parte específica denominada de área de segurança;
  • Antes de iniciar uma luta, os atletas devem passar por uma supervisão da organização do campeonato;
  • Vence uma luta, o atleta que finalizar o outro. Há casos de combates em que isso não ocorre. Nesse caso, são contabilizados os movimentos de cada atleta e é feita uma somatória dessa pontuação. É considerado o vencedor aquele que somar mais pontos durante a luta.

 

Superação

O aposentado Laudelino Pereira de Jesus, de 55 anos, começou a treinar em 2019 e já acumula conquistas nacionais e internacionais. “Eu decidi me aventurar no jiu-jitsu e, desde então, transformou minha vida de forma surpreendente. Iniciei minha trajetória como faixa branca, e hoje participo de competições como faixa roxa”.

Entre as suas conquistas, ele destaca: Mundial CBJJE (2021, 2022 e 2023 – faixas azul e roxa), Campeonatos Brasileiros CBJJ e CBJJE (faixas azul e roxa), Sul-Americano IBJJF (2023 e 2024 – faixa roxa) e Internacional Master South America IBJJF (2023 e 2024 – faixa roxa). “Eu encontrei um propósito, fiz amigos e melhorei minha saúde. Não importa a idade, o jiu-jitsu me mostrou que o único limite é aquele que colocamos em nossa mente. E a cada dia no tatame, tenho a oportunidade de superá-lo”, conta o esportista.

 

Diferenças entre judô e jiu-jitsu

Ambos possuem técnicas de estrangulamento, imobilização, chaves, torções, projeções e finalizações. A diferença é que o foco do jiu-jitsu é a imobilização e a finalização do adversário, enquanto o judô visa a derrubada do oponente, e pode-se dizer que na maior parte do tempo o judô se luta em pé e o jiu-jitsu deitado.

Assim, cada uma dessas artes marciais tem objetivos próprios. No jiu-jitsu, busca-se condicionamento físico, defesa pessoal, melhora no processo de tomada de decisão e controle da ansiedade. Já o judô, proporciona melhora nas habilidades motoras e cognitivas, organização e respeito, tanto por uma cadeia de comando quanto por seus adversários.