
Minas Gerais se consolidou como um dos maiores e mais diversos destinos culturais do Brasil durante a Semana do Carnaval 2025. Unindo a folia tradicional dos blocos de rua, escolas de samba e festas populares ao chamado Carnaval da Tranquilidade, com experiências de música clássica, visitas a museus, arte contemporânea e turismo de bem-estar, o Estado apresentou um modelo único que atraiu milhões de pessoas e movimentou a economia regional.
A combinação entre o Carnaval da Liberdade e o Carnaval da Tranquilidade gerou um impacto direto superior a R$ 5 bilhões em todo o território mineiro, segundo dados do Observatório do Turismo de Minas Gerais, pesquisa Datafolha, APPA e prefeituras municipais. A distribuição da receita evidencia a diversidade do setor: a hospedagem respondeu por 27%, seguida de alimentação e bares (25%), transporte (18%), compras e serviços (15%) e atividades culturais (15%). A edição deste ano foi marcada pela alta satisfação do público. Cerca de 97% dos foliões e turistas disseram que a experiência atendeu ou superou as expectativas, enquanto 91% avaliaram a segurança como boa ou ótima, e 93% destacaram a organização do evento como eficiente.
A movimentação turística foi expressiva. Durante dezembro, janeiro e a semana do Carnaval, as taxas de ocupação superaram os 85% nas principais cidades turísticas, com pico próximo de 100% em Belo Horizonte, Ouro Preto, Tiradentes e Diamantina. Hospedagens alternativas, como o Airbnb, também apresentaram crescimento de 20% no volume de reservas.
Mais de 5 milhões de foliões tomaram as ruas da capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), participando de desfiles de blocos tradicionais e contemporâneos, além de escolas de samba que resgataram e reforçaram a tradição local. A Via das Artes, iniciativa que reuniu música alternativa, gastronomia e cultura, atraiu um público diversificado (70% moradores da capital e 30% de outras regiões do Sudeste e Centro-Oeste). A maioria (68%) tinha ensino superior completo e buscava experiências ligadas à arte e à gastronomia.
Enquanto isso, o Carnaval da Tranquilidade atraiu um público crescente com concertos de música clássica em igrejas históricas, visitas a museus e exposições de arte contemporânea. Cidades históricas e do interior investiram em turismo de natureza, bem-estar e eventos de reflexão cultural, abrindo espaço para um novo perfil de turista.
Impacto econômico
O Carnaval foi um catalisador de renda em diversas regiões mineiras. Belo Horizonte e RMBH tiveram R$ 1,5 bilhão em receita e 98% de ocupação hoteleira, as cidades históricas (Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Congonhas) registraram 100% de ocupação e R$ 800 milhões arrecadados, enquanto o Sul de Minas (Poços de Caldas, São Lourenço) teve 90% de ocupação, com R$ 500 milhões de receita.
O Triângulo Mineiro (Uberlândia, Uberaba): 80% de ocupação e R$ 400 milhões, Norte de Minas e Jequitinhonha (Montes Claros, Salinas): 75% de ocupação, com R$ 200 milhões e a Zona da Mata e Vertentes (Juiz de Fora, São João del-Rei, Barbacena): 85% de ocupação e R$ 400 milhões em movimentação econômica.
Durante o pré-Carnaval e a Semana Oficial, Minas Gerais registrou mais de 13 milhões de pessoas em deslocamento entre eventos culturais, blocos de rua, desfiles, museus, festas religiosas e experiências de tranquilidade. O número equivale a mais de 50% da população do Estado, consolidando Minas como o território brasileiro com maior mobilização cultural e turística proporcional no Carnaval.
Perspectivas
A edição de 2025 reforçou a vocação mineira para o turismo cultural e de experiência. Entre as tendências para os próximos anos estão a ampliação dos roteiros do Carnaval da Tranquilidade, o fortalecimento da Via das Artes como polo cultural permanente e a consolidação de Minas Gerais como destino internacional no calendário carnavalesco.