Estamos a viver um período mais do que complicado neste mundo maluco da bola, onde acontece de tudo. Como se diz lá na roça: “coisas que até Deus duvida”.
O Campeonato Brasileiro nem começou direito e cinco treinadores já foram enforcados. Tudo gente boa, salários milionários, muita fama, mas sem conseguir colocar seus times na trilha das vitórias. Alguns já arrumaram novos empregos, outros estão curtindo boas férias com muito dinheiro na poupança. Vida de treinador de time grande é uma maravilha.
E os árbitros, sopradores de apito. Que coisa. Erram no atacado e no varejo. Nem com auxílio do tal VAR conseguem acertar. É muita doideira. A cada lance duvidoso o jogo é interrompido e vira uma grande conferência no gramado e no estúdio do VAR. Imagens mil são analisadas e ângulos são dissecados até de ponta cabeça. No fim de tanta polemica, em geral, o erro persiste.
Os torcedores não aguentam mais tanto sofrimento, angustia e raiva. O cidadão paga caro para assistir ao espetáculo e se divertir, mas em troca recebe um chute no traseiro. Um verdadeiro circo dos horrores. Aos poucos vão matando a alegria do futebol. O jogo está se transformando em algo chato e irritante.
E os times de BH. Coisa de doido. Atlético e Cruzeiro ainda não entraram na temporada. Dormem, sonhando com grandes vitórias e títulos. Precisam acordar rapidinho, o tempo escorre entre os dedos.
O Galo, com elenco reduzido em termos de quantidade e qualidade, sofre com várias contusões dos seus jogadores. O drama do treinador é juntar uma turma para entrar em campo. De grande favorito, a massa já pensa em um time, no mínimo, competitivo e que não dê vexame.
A Raposa, da mesma forma, com elenco meio duvidoso, vai tentando pular os obstáculos da melhor maneira possível. A dificuldade maior é fazer alguns medalhões jogarem um bom futebol. Para tanto, importou um treinador português com fama de organizador, disciplinador e bom de tática. Entre sobressaltos vai pulando que nem pipoca. A torcida apoia, mas desconfia.
Mas nem tudo são flores no jardim azul. De repente, o complicado Dudu, tido como um fora de série, resolveu botar as manguinhas para fora e soltou o verbo. Não deu outra. O professor afastou o craque. Fritou em gordura morna.
Aí surgiu o impasse. Manda o astro embora, suspende o contrato, empresta, troca ou chama para um papo amigo. O que fazer ou não fazer era a questão. Muito bem, ao verificar que a multa era de R$ 60 milhões, todo mundo suou frio e resolveram passar pano na situação. Por mais milionário que alguém possa ser, só doido de jogar pedra queima dinheiro à toa.
Para completar a fase de insanidade que domina o nosso pobre futebol, a CBF resolveu cantar mais uma vez o treinador Ancelotti. Sonho de consumo para dirigir a Seleção. Dizem que ofereceu R$ 5 milhões mensais, casa, comida, roupa lavada, carro, celular de última geração, TV a cabo, pizza e macarronada a vontade.
O italiano balançou. No meio do caminho sai da lâmpada mágica o príncipe das arábias dobrando a proposta. Tudo em barras de ouro e tambores de petróleo. Dom Ancelotti, que de bobo não tem nada, deu adeusinho para o Brasil e beijinhos para o Ednaldo. Resta agora chamar Jesus, o portuga que fez sucesso no Flamengo. Quem sabe ele aceita e tenta operar o milagre de transformar nossa Seleção em um time de futebol.
Para fechar o hospício, alguém teve a infeliz ideia de divulgar que a nova camisa da Seleção Brasileira seria vermelha que nem um tomate. Arrepiou geral, do mais simples torcedor a maior autoridade, e todo mundo palpitou. Misturou futebol, ideologia e até religião, virou guerra. A CBF resolveu jogar um balde de água fria e acabou com a história.
E assim fechamos mais um ciclo de loucuras neste vasto e maluco mundo do futebol.