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20 novos partidos políticos

Na avaliação dos jornalistas e comentaristas políticos do mundo inteiro, a democracia está sendo passada a limpo no momento, inclusive correndo sério risco de deixar de existir, tendo em vista que muitos dos governantes, ao chegarem ao poder, alteram os critérios e processos destinados à escolha dos dirigentes. Aliás, alguns desses países se transformam em ditaduras, outros são administrados como base na teocracia, entre tantos regimes continentes afora.

Aqui no Brasil, a política é regida pelos partidos com um forte viés ideológico entre direita e esquerda, debate que vem ocupando a pauta das Casas Legislativas. É enorme o poder dos dirigentes partidários, tendo em vista o seu fortalecimento a partir de umas polpudas verbas concedidas pelo poder público, através do Fundo Eleitoral, e também Fundo Partidário e outras benesses concedidas às siglas.

Nos últimos dez anos, surgem diversas reclamações por conta da enorme quantidade de partidos registrados. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, são exatas 29 siglas em funcionamento no Brasil, ao mesmo tempo em que avolumam denúncias sérias, segundo as quais, muitas dessas agremiações servem aos seus “senhores”, pecuniariamente ou com o objetivo de barganhar apoios a diferentes grupos, em épocas de campanhas políticas, para escolha de prefeitos, vereadores, assim como nos pleitos referente às eleições para cargos majoritários.

Tem havido uma onda de formação de Federações Partidárias, quando acontece a junção de vários partidos para atuar em conjunto em oportunidade específica. Constata-se, nessa situação, exatamente a falta de prestígio de alguns dos partidos que aceitam a Federação.

Não bastasse essa profusão de 29 partidos, formando essa verdadeira sopa de siglas partidárias, grupos organizados da sociedade, alegando que não são representados nas diferentes instâncias, estão com 20 pedidos de novas inscrições junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Tem de tudo, como Partido da Missão, Partido da Esperança, Partido do Autista, Partido da Segurança Privada, Brasil Novo, Capitalista Popular, Juntos Pela República, e tem até o Partido “Ordem”.

É nítida a esperteza de muitos que querem se dar bem com a política, mesmo sem ter votos. A situação descamba mesmo para um mero deboche popular. Quando um tema dessa envergadura é tão banalizado, tudo pode acontecer, inclusive, a fragilidade das instituições, podendo perpassar para a baderna. O debate político carece de ser livre e democrático, mas isso não impede que seja levado a efeito por pessoas idôneas, sem esse viés de oportunismo.