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Instituto leva educação financeira a crianças da rede pública na RMBH

Iniciativa busca ensinar o tema desde cedo / Foto: Divulgação

Levar a educação financeira para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos é a iniciativa do Instituto Marina e Flávio Guimarães (IMFG), que já atendeu, em 2025, mais de 600 crianças de cinco escolas da rede pública em Belo Horizonte, Contagem e Ibirité. A estratégia foi baseada na divulgação do livro “Bemi: Lições de Valor – Uma Aventura Financeira”, que está disponível para download gratuito na Amazon.

Na obra, o esquilo Bemi e sua turma embarcam em uma viagem pela história do dinheiro e aprendem conceitos como inflação, juros e crédito de maneira simples e descomplicada. De forma divertida, a autora apresenta o verdadeiro valor do dinheiro e orienta sobre como fazer um planejamento familiar saudável e colaborativo.

A diretora-executiva do IMFG, Rosana Aguiar, explica que a ideia surgiu como uma forma de levar a educação financeira ao público-alvo de maneira acessível. “O tema é muito importante no Brasil, para que, desde cedo, as pessoas aprendam a cuidar bem de suas finanças para adquirir bens e ter dinheiro”.

A autora do livro, Flora Manga, conta que diversos materiais foram consultados para a construção da obra. “Falamos de conceitos complexos como juros, empréstimos, cartão de crédito e apostas, além da origem do dinheiro e do momento em que o homem deixou de usar o escambo como moeda de troca e passou a criar um sistema monetário, dando início ao comércio. Acabamos tratando o tema em uma linguagem bem didática, que ficou acessível para todos”.

“Em uma linguagem lúdica, as crianças têm a chance de pensar e refletir. A educação financeira vai sendo ensinada ao longo de uma jornada literária. Isso é maravilhoso, pois torna o conteúdo mais atrativo”, acrescenta.

Ela avalia que “Bemi: Lições de Valor – Uma Aventura Financeira” pode contribuir para que as próximas gerações tenham um maior cuidado com suas finanças. “Uma das coisas que abordamos é a ideia do consumo consciente. Acredito que a educação financeira precisa começar na infância, para que cresça junto com a criança e ela internalize que a estabilidade financeira depende de tempo. Não se adquire estabilidade financeira nem se atingem metas sem um planejamento de longo prazo”.

Entre fevereiro e março, as crianças contempladas puderam assistir à contação de histórias com Flora e também participar. “Fiquei muito surpresa com o interesse delas e com o fato de que tinham consciência de que a família tinha problemas financeiros ou já havia passado por essa situação. Elas não ficaram intimidadas. Isso faz com que reflitam que a vida tem um custo e que nada chega como mágica”.

Rosana revela que o impacto foi positivo. “Recebemos mensagens dizendo que a linguagem era muito simples e o conteúdo ajudava as crianças a entenderem mais sobre o assunto. Estamos fechando parcerias com escolas e prefeituras para que o livro seja um material complementar no ensino de matemática em sala de aula”.

Outros projetos sobre educação financeira estão sendo desenvolvidos para o público infantojuvenil e também para idosos, destaca Rosana. Ela acredita que é responsabilidade das instituições financeiras levar esse tema adiante. “Isso tem a ver com cidadania. Quanto mais pessoas no Brasil entenderem sobre educação financeira, mais chances teremos de crescimento e desenvolvimento”, finaliza.