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Cultura gera empregos, lucro e recorde de público para Minas

Foto: CCBB/Divulgação

Em 2024, o turismo cultural consolidou ainda mais Minas Gerais como um polo de destaque nesse segmento, atraindo um número recorde de visitantes a museus e centros culturais por todo o Estado. O Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, e o Sistema Estadual de Museus, que engloba 479 museus em diversas regiões de Minas, alcançaram em 2024 uma visitação inédita de 9,7 milhões de pessoas. O Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, também bateu seu recorde histórico, recebendo 347 mil visitantes, o maior número desde sua inauguração, em 1944.

O Circuito Liberdade, com 7,4 milhões de visitantes em 2024, registrou um crescimento em relação a 2023, quando recebeu 7 milhões de pessoas, consolidando ainda mais seu papel como um importante polo de inovação e cultura. O circuito sediou uma variedade de eventos, como exposições de arte contemporânea, mostras de cinema, festivais literários e atividades educativas.

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB BH) se destacou, recebendo mais de 1 milhão de visitantes. Exposições de sucesso, como “Tesouros Ancestrais do Peru”, com 201.373 visitantes, “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, com 184.424 pessoas, e “Mundo Zira – Ziraldo Interativo”, que atraiu 135.243 visitantes, marcaram o ano.

Na Casa Fiat de Cultura, a exposição “Arte Brasileira: A Coleção do MAP” foi prestigiada por 53 mil pessoas, enquanto “Pancetti: o mar quando quebra na praia…” e “Pimpa na Casa Fiat de Cultura” atraíram, respectivamente, 43 mil e 52 mil visitantes.

Para o museólogo, Marcelo Cardoso, Minas Gerais tem investido fortemente na promoção de eventos culturais diversificados, como exposições de arte contemporânea, festivais literários e mostras de cinema. “Isso atraiu públicos variados, desde locais até turistas internacionais, buscando uma experiência cultural rica e variada. O Estado tem se destacado por promover suas raízes culturais e históricas, com exposições que abordam tanto a arte contemporânea quanto o patrimônio histórico”.

“O crescimento do turismo cultural também pode ser relacionado à busca por experiências mais imersivas e autênticas. Os turistas estão cada vez mais interessados em explorar a cultura local de forma mais profunda, e os museus de Belo Horizonte têm se destacado por oferecerem não apenas exposições, mas também uma programação que conecta história, arte e educação”, explica Cardoso.

Movimentação

Segundo a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), o turismo cultural corresponde a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Além disso, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre janeiro e outubro de 2024, Minas Gerais registrou a admissão de 207.773 novas pessoas no mercado de trabalho. Desse total, 17.654 são oriundas do setor cultural, representando 8,5% das contratações.

Ainda em 2024, o Governo de Minas Gerais fez um investimento de R$ 621,2 milhões em cultura, por meio da Secult-MG, que teve um papel fundamental no apoio a ações de fomento, programas de capacitação, preservação de patrimônios históricos e no fortalecimento das culturas populares e afro-mineiras em diversas regiões do Estado. Esse investimento gerou um impacto econômico de R$ 12,7 bilhões.

Na opinião do produtor cultural Rafael Lacerda, esses números refletem a importância da arte e da cultura para toda a sociedade. “O investimento em cultura cria uma cadeia produtiva que gera emprego e renda, desde artistas e técnicos até trabalhadores em áreas de apoio, como turismo, eventos e infraestrutura. Além disso, a arte e a cultura têm um papel central na economia criativa, que movimenta diversos setores como moda, design, música, cinema e literatura”.

“Além de preservar o patrimônio histórico e cultural, garantindo que as futuras gerações possam ter acesso ao legado de suas culturas, fortalecer a educação e inclusão social, ao proporcionar acesso a oportunidades para diversas camadas da sociedade, especialmente as mais vulneráveis e trazendo uma série de benefícios que vão além do setor cultural em si, impactando positivamente a economia, a sociedade e o desenvolvimento humano de uma forma ampla e sustentável”, conclui.