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Obras com dinheiro da Vale

Entidades do Judiciário em parceria com órgãos do governo de Minas Gerais estão anunciando melhorias na malha viária e a construção de novos trechos de rodovias, com a finalidade de facilitar o acesso aos municípios de Brumadinho, Sarzedo e Mário Campos, na região metropolitana da capital, a partir de conexão do futuro Aeroporto de Betim, através de obras para se chegar à 381. Isso na primeira etapa, porque na segunda fase, a interligação se daria também com MG-040, atendendo uma média de 500 mil moradores da localidade.

Espera-se por uma decisão fática, sem a intoxicação de viés político ideológico, capaz de contaminar ações desenvolvimentistas como essas aqui elencadas. Quem está na direção dos projetos é o governo, mas se trata de ação conjunta entre o Executivo estadual, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Minas Gerais, financiado com recursos financeiros provenientes do Acordo de Reparação do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho.

De acordo com informações da secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, serão investidos R$ 320 milhões neste primeiro momento, apenas na recuperação e duplicação. Posteriormente, serão divulgados novos cálculos quanto ao investimento para haver o prosseguimento da interligação do entorno do município de Mário Campos com a MG-040, na direção do Centro de Brumadinho. Otimista, Luísa Barreto rememora que as obras vão melhorar o deslocamento entre municípios da região atingida, favorecendo a população e a economia local.

O dinheiro da Vale também prevê a construção do Rodoanel, com uma média de 25 quilômetros de extensão. Mas o projeto não sai do papel, decididamente por desavença e desacordo com os municípios por onde a alça deverá passar. As Prefeituras de Contagem e de Betim estão exigindo um novo traçado, sob alegação de problemas ambientais, inclusive de nascentes, cujas águas são captadas para abastecer a região, incluindo Belo Horizonte.

Neste sentido, seria importante que esse novo projeto seja uma realidade factível, até porque, se essas intervenções viárias não forem realizadas com o dinheiro do Acordo de Reparação da Vale, o Executivo mineiro não tem a mínima condição de dar andamento a esses planos. Especialmente quando se denota uma dívida do governo estadual com a União no valor de R$ 160 bilhões.

Então, o ensejo de abrir caminho para a possibilidade do incremento do desenvolvimento da região é esse. Trata-se de chance única. É agora ou nunca, podem apostar.