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O ano começou nervoso

No mercado financeiro, a especulação com a cotação do câmbio causada pelas dúvidas sobre a economia brasileira e declarações do próprio presidente Lula, além das expectativas sobre políticas protecionistas no novo governo americano de Donald Trump, trouxeram o temor generalizado.

Como efeito, a variação da taxa de câmbio de conversão do dólar trouxe forte receio sobre a expectativa da inflação. Esse monstro nos amedronta sempre, dada a história até a implantação do plano de estabilidade econômica, o Plano Real, em 1994.

Os chamados parâmetros macroeconômicos nos dão razoável conforto, com reservas internacionais próximas de 400 bilhões de dólares, desemprego sob controle e crescimento firme. A dívida, entretanto, continua crescendo em relação ao percentual do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Qual é então o problema? A incerteza.

O ex-ministro Henrique Meirelles sempre lembra a importância da confiança e da expectativa neste mundo globalizado e digitalmente interligado. Aqui em Minas Gerais, o governo estadual foi autorizado pelo Congresso Nacional a fazer uma nova renegociação da dívida consolidada.

A desinformação surge sobre a origem da dívida assumida pelo governo federal como parte dos esforços da estabilização econômica em 1997. Esta dívida difícil de ser paga, e que foi herdada por todos os governadores de Minas, cresceu no governo do Partido Novo de R$ 110 para R$ 165 bilhões, devido a opção tomada de não pagar ao governo federal e equacionar outras dívidas internas de curto prazo, como por exemplo, a dívida com os municípios, além de manter o pagamento do salário dos servidores de maneira pontual.

Todos os governos anteriores pagaram as parcelas mensais, a origem desta dívida é de dezenas de anos, antes mesmo dos governos militares. Então, não é a dívida que o governador fez e sim uma dívida/ônus do Estado que ele se propôs a governar. Exceção se faz ao último ano do governo PT e nos últimos 6 anos. As novas providências necessárias devem ser tomadas até o fim do ano. O novo prazo repete a renegociação anterior e os juros são menores 4% + correção anual pelo IPCA (podendo ter o índice reduzido com a privatização ou federalização de estatais, repetindo o que também ocorreu em 1997). Com a palavra, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).