Neste limiar do século 21, nem mesmo os maiores pensadores continentais foram capazes de prever que uma nova ordem mundial fosse introjetada entre os seres humanos, estabelecendo regras com a finalidade de exercer predominância no cotidiano dos cidadãos. As redes sociais, comandadas pelas grandes empresas do segmento, especialmente as sediadas na América do Norte, estão no ápice de seu apogeu quando o tema é conquistar cada vez mais seguidores para suas comunidades virtuais. No Brasil, segundo dados extraoficiais, são cerca de 189 milhões de usuários desse dispositivo.
Não satisfeitos com os lucros obtidos pela monetização de seus produtos, os senhores poderosos das maiores firmas do ramo, detentoras do direito de explorar o “X” e o próprio Facebook, agora estão enveredando para dominar também as ideologias políticas, através de um processo digital sem atalhos, abandonando o indispensável respeito pelos princípios éticos, políticos e administrativos dos países.
Mas é difícil imaginar que esses semideuses, do alto de suas arrogâncias, venham dizer para nós, brasileiros, como proceder para aumentar a nossa capacidade de seguir como um dos países mais destacados da produção mundial de alimentos, cujo agronegócio movimenta algo em torno de US$ 153 bilhões por ano. Reconhecidamente, o Brasil é um dos maiores exportadores de minério de ferro, ouro, nióbio e cobre.
Por todas as citações, é de se indagar: quem seria capaz de sobrepor aos nossos feitos, somente através do uso das redes sociais? Esses aloprados da internet, podem muito, mas não podem tudo. O tema carece de um debate democrático e republicano, preservando sempre o direto da nossa inegociável soberania. Ao longo de mais de 500 anos, temos demonstrado a plena capacidade de gerir nossos destinos. Não vai ser agora que iremos sucumbir às pretensões dos gananciosos barões das big techs.
É salutar o uso da tecnologia apenas para garantir e perpetuar a vida na Terra, sem, contudo, servir como uma espécie de “curral eletrônico”, a cercear os direitos de ir e vir de nossa gente. Se alguém deve dirigir os nossos destinos, que esse alguém seja um brasileiro, de preferência escolhido democraticamente, sem ter de se reportar a grupos universais, sempre eivados de segundas intenções. Não aceitaremos essa escravidão tecnológica jamais.