Estamos uma era em que vivenciamos guerras e a evolução da humanidade mudar da “água para o vinho”. Desde a Idade Média, o desenvolvimento vem crescendo assustadoramente, e de 1700, um salto! As grandes invenções, as artes, a (geo) política, a ciência e a tecnologia assombram. Pensa-se e age-se instantaneamente, e a inteligência artificial ganha corpo (por um lado, imbecilizando o mundo).
Já é possível descobrir planetas habitáveis. As formas de governo continuam República e Monarquia. No entanto, como já dissemos, o sistema/regime depende do tipo do Estado de Direito e da democracia que regem o país. Como a ética (se há duas não há nenhuma) não existe “democracia relativa”, ou o país é democrático ou então vive-se conforme o regime, não importando se há Carta Magna ou Leis consuetudinárias (no Reino Unido Constituição [Constitution of the United Kingdom] é o conjunto de Leis e Princípio sob o qual é governado).
No Brasil, tivemos cinco tipos de Estado: 1) O colonial, regido por um país monárquico (1500/1808). 2) Uma espécie de governo híbrido: com a vinda da família real e da corte portuguesa, “fugida” de Napoleão, que estava “escravizando a Europa” e expandindo o império francês, tornamo-nos a sede do Reino, com a presença da rainha e do regente, que foi rei João VI em 1818, dois anos depois da morte de Maria I; um dos motivos da demora da coroação foi a espera da princesa Leopoldina para casar com Dom Pedro. 3) O Brasil se tornou de fato uma nação: o Reino do Brasil, que fez parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816/1822); nesse ínterim, com a volta da Corte para Portugal, o príncipe regente Pedro tomou as rédeas da pátria. 4) Independência com a Monarquia (1822/1889). 5) Advento da República.
Há poucos dias, morreu no Rio de Janeiro, onde nasceu em 24 de junho de 1950, o príncipe imperial brasileiro, Dom Antônio João de Orleans e Bragança (irmão do chefe da Casa Imperial, Dom Bertrand), o 7º dos doze filhos do príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança; era bisneto da princesa Isabel e do rei da Baviera Luís III. Persona notável, artista, engenheiro, poliglota, casado com Christine de Ligne de Orleans e Bragança (princesa Christine do Brasil), e quatro filhos: Pedro Luís, morto no acidente do voo 447 da Air France; Dom Rafael (príncipe do Grão-Pará), tornou-se o Príncipe Imperial; Dona Maria Gabriela e Dona Maria da Glória; dois netos: Joaquim e Nicholas Spearman. A morte de Dom Antônio repercutiu no mundo e suas exéquias tiveram homenagens de chefe de Estado, acompanhadas por militares da Marinha, a única Força Armada nacional ainda “vinculada”, com todo respeito, ao Brasil Império. Foi sepultado no Mausoléu da Família Imperial no Cemitério da Irmandade de N.S. da Conceição, Vassouras, RJ.
Por fim, o país vive uma comoção de crise de identidade. Desde 1930 são raros os grandes líderes, e o país se tornou um antro de corrupção e “democracia relativa”. Em 1876, quando da Exposição Universal em Filadélfia, em visita não oficial aos Estados Unidos, o imperador Pedro II (simplicidade, simpatia, nobreza, diplomacia e caráter irretocável), cuja estada teve grandes repercussões na imprensa, participou do evento que celebrava o centenário da independência, que foi aberto por ele e pelo presidente Ulysses Grant. Era época de eleição. Um deputado discursou na Câmara: “Estamos cansados de gente comum, lanço o imperador do Brasil para presidente dos EUA”. E não é que o imperador teve só na Filadélfia quatro mil votos!
Uma lição: a terra de Vera Cruz também já está “até a tampa” com “gente comum”.