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Tizumba realiza projeto que promove a cultura popular em praças públicas

Haverá duas apresentações na capital em dezembro / Foto: Lorena Nicácio

 

Com a ideia de compartilhar ritmos, sons e promover a cultura e a música popular, o projeto Tambor na Praça, liderado e idealizado por Maurício Tizumba, tem como objetivo levar shows instrumentais de percussão para praças públicas de forma voluntária. E em dezembro, finaliza o programa com mais duas apresentações.

A penúltima performance será no dia 1º de dezembro, às 11h, na Praça Amadeo Lorenzato, no bairro Pilar, em BH, com a banda Matéria Prima como convidada; e, no dia 8 de dezembro, às 16h, será o último show da temporada, com a Adrianna, na Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia, também em Belo Horizonte. A entrada é gratuita.

“O Tambor na Praça é um projeto que une a comunidade através da força do tambor, trazendo a energia e a alegria da nossa música para um espaço aberto e acessível a todos. O público pode esperar um evento repleto de ritmos envolventes e performances vibrantes”, revela o idealizador.

Tizumba se apresenta originalmente ao lado do Bloco Tambor Mineiro e do Bloco Saúde, grupo de percussão formado por médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Juntos, ocupam as praças da Capital e de municípios da Região Metropolitana, sempre trazendo um grupo ou artista convidado para compartilhar ritmos e sons.

A programação do Tambor na Praça teve início em agosto com a violoncelista Carolina Rodrigues. Além dela, já passaram pelo projeto, o cantor e ator Marcelo Veronez, a cantora Elisa de Sena, e o também cantor e ator Luiz Rocha. Ao todo, serão seis apresentações.

 

15 anos

Tizumba conta que o evento nasceu em um dia de festa da música no Parque Municipal. “Era um projeto de música da Unimed, e fui convidado para levar meu grupo de tambores. O local ficou bonito, estava muito cheio, com vários tambores tocando maravilhosamente bem”.

“Gostei muito e tive a ideia de oferecer a possibilidade de elaborar um projeto para o Instituto Unimed. As pessoas aceitaram e comecei a dar aula para os colaboradores, e assim, formamos o grupo Bloco Saúde. A partir dessa formação, tivemos que criar um motivo para eles tocarem, e aí iniciamos, há 15 anos, na praça Floriano Peixoto. Começamos nesse local, e depois foi crescendo, de repente, já estávamos na Praça Milton Campos, em Betim; na Praça da Saúde, na Silva Lobo; e depois, em Contagem”, explica.

 

Tambor Mineiro

O músico e regente do Bloco Saúde e Tambor Mineiro, Bruno Messias, explica que a parceria com o Tizumba veio naturalmente, a partir desse envolvimento com a percussão mineira e a busca por aprofundar os conhecimentos sobre essa cultura. “Minha trajetória no Tambor Mineiro começou aos 15 anos, quando participei das oficinas como aluno. Foi ali que tive o primeiro contato com a cultura afro-mineira, o que despertou meu desejo de estudar música e perpetuar esses conhecimentos. Desde então, tenho trabalhado tanto nos blocos Tambor Mineiro e Saúde quanto em projetos sociais que valorizam essa tradição”.

Ele destaca que o Tambor Mineiro surgiu há 25 anos, com o propósito de oferecer um espaço para estudar e experimentar a percussão mineira, sempre com foco nos ritmos das guardas de congado. “A percussão foi uma escolha pessoal, um caminho que se abriu quando tive a oportunidade de conhecer essa cultura tão rica. Ela me permitiu acessar espaços que, como jovem preto e periférico, eu não acreditava que eram possíveis”.

“Hoje, além de atuar nos blocos, tenho a alegria de compartilhar esse conhecimento em projetos e festivais internacionais, passando por universidades nos Estados Unidos e na Alemanha, além de experiências em Portugal, Espanha e Bangladesh. A percussão é, para mim, uma ferramenta de transformação social e resistência cultural”, acrescenta.

Messias finaliza dizendo que a expectativa, referente as apresentações, são muito positivas. “Esperamos praças cheias, com o público sentindo a energia pulsante do tambor. Queremos proporcionar um espaço onde as pessoas possam acessar e vivenciar essa cultura única, que é um símbolo de Minas Gerais, e que também funcione como lazer para famílias inteiras. A ideia é compartilhar e fortalecer essa tradição de forma acessível e acolhedora”.