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É bola que não acaba mais

Evidente que grande parte da mídia esportiva abre espaço maior para as competições mais importantes. E nem poderia ser diferente. Campeonato Brasileiro da Série A, Copa do Brasil e torneios Conmebol alcançam total interesse do público, audiências incríveis e bons patrocinadores.

Entretanto, o esporte, no caso o futebol, não vive somente dos grandes eventos. Em paralelo, dezenas de competições amadoras e profissionais rolam pelo país. Temos as várias séries do Brasileirão e as diversas fases da Copa do Brasil, certamente, o maior torneio de integração do mundo, reunindo centenas de times de todo o Brasil.

Em Minas, com seu território imenso, a Federação Mineira de Futebol (FMF) faz um trabalho de fôlego, realizando as mais variadas competições. Começa com o Campeonato Mineiro de Futebol Profissional da primeira divisão ou Módulo I. Organiza o Módulo II e chega à segunda divisão, envolvendo 42 times, mais de 1.200 atletas, além de comissões técnicas e dirigentes. Gera emprego e renda para muita gente, mobiliza torcedores e movimenta as cidades.

Mas a bola não para por aí. A FMF promove vários eventos de futebol para os jovens, atingindo as faixas etárias do Sub-15, Sub-17 e Sub-20, onde centenas de garotos iniciam o sonho de fazer carreira. É a alegria dos pais, parentes e amigos que se amontoam nas beiras dos campos para incentivar a molecada. É um mercado difícil, complicado, altamente competitivo. Poucos se destacam, pulam degraus, chegam aos grandes times, quem sabe até na Seleção.

E não é só para os meninos. O futebol feminino vem crescendo muito em todas as partes do mundo. Em Minas, a FMF realiza de forma bem organizada o Campeonato Feminino Adulto. Participam América, Atlético, Cruzeiro, Betim, Valadares, Itabirito e Nacional de Muriaé. Parece pouco, mas não é, pois levantar recursos para custear não é tarefa fácil. Acredito que dentro de pouco tempo vamos ter o dobro de participantes. Este ano vamos ter uma novidade. Um torneio de futebol feminino para a categoria Sub-17. O evento vai acontecer de 14 a 20 de outubro na cidade de Muriaé, reunindo quatro times: Nacional local, Araguari do Triângulo Mineiro, o Social de Coronel Fabriciano e o Betim da cidade do mesmo nome. É um projeto de laboratório que certamente irá gerar frutos e se espalhar pelo território mineiro.

Em Minas temos também o maior campeonato de futebol amador do Brasil. É um belo evento de integração social e esportivo. O evento começou em 2019. Já se sagraram campeões o Vasco de Esmeraldas, Silvestre de Viçosa e Clube Atlético de Pompéu, todos do interior. Este ano, o campeonato contou com 72 times. 56 das várias regiões do Estado e 16 da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Começou em junho e terminou em agosto. O Palmeiras da cidade de Nova Lima (Grande BH) foi o campeão.

Impressionante como o futebol amador atrai o público. Os campos, mesmo sem poder oferecer bom conforto, ficam lotados. Famílias inteiras se unem para torcer pelos times das suas comunidades. Os jogadores colocam suas almas em campo, correm e ralam com alegria. Ninguém reclama do terrão, do gramado (quando tem), do uniforme ou da bola. Até as brigas são amistosas, pressionam o apitador, gritam e gesticulam muito, mas sempre prevalece a paz e a amizade. Quando a coisa aperta, a polícia dá uma espalhada na turma.

A imprensa esportiva sempre marca presença nestes eventos. Transmissões pelos alto-falantes, pela rádio local e agora com as facilidades da internet, canais no YouTube, entre outros. Muitos iniciam suas carreiras como locutores, repórteres, comentaristas ou redatores nos campos de várzea, nas transmissões dos campeonatos de base, feminino e amador. É uma experiência única. Uma escola sem igual.

A Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) sempre apoia e orienta esta turminha mais nova para que possam trilhar o caminho correto, conquistar espaço e crescer na profissão. E assim caminha o futebol. Do amador ao profissional, invadindo todos os espaços, promovendo o sonho e a alegria de tantos. É bola que não acaba mais.