O Dia das Crianças deve impactar 44,6% das empresas do comércio varejista de Minas Gerais, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG). Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da entidade apontou que 15,9% dos empresários entrevistados esperam vendas melhores neste ano, 10,3% esperam vendas piores, enquanto 52,9% esperam vendas semelhantes às do ano passado.
“Em 2023, havia menos firmas esperando vendas estáveis em relação ao ano anterior e mais empresas projetando vendas inferiores. Além disso, menos lojistas aguardavam vendas estáveis, o que demonstra que 2024 tem uma perspectiva muito mais positiva. No ano passado, já houve um resultado bastante satisfatório no período do Dia das Crianças, e quando uma porcentagem tão alta de empresários espera vendas iguais, isso é um excelente indicador, mostrando que as expectativas de vendas permanecem elevadas”, explica a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins.
Apesar do otimismo generalizado, alguns empresários esperam uma queda nas vendas durante o período. As justificativas mais mencionadas foram: retração no comércio (62,5%), a crise econômica (30%), o atual governo (5%) e o ano eleitoral (2,5%). Gabriela lembra que Minas Gerais está próxima do pleno emprego, com a taxa de desemprego baixa, o que aumenta a disponibilidade de renda nas famílias. “Apesar de terem mais renda disponível, muitas famílias ainda estão bastante endividadas, e algumas encontram-se inadimplentes. Além disso, há uma elevação nos juros, que deve continuar até o final do ano, o que encarece o crédito para algumas famílias”.
“Com o aumento do crédito, muitas famílias deixam de consumir, seja por não terem acesso ao crédito ou por acharem que não é o momento ideal para usá-lo. Isso faz com que a cautela cresça, o que pode levar a uma queda no consumo. Para o Dia das Crianças, esse cenário é preocupante, pois, apesar de as famílias terem mais renda disponível, o valor é direcionado ao pagamento de dívidas, restando pouco para a compra de presentes. Esse fator impacta negativamente as expectativas para a data. No entanto, com outros fatores positivos no cenário atual do país, acaba-se criando um equilíbrio”, complementa.
Segundo a pesquisa, os empresários esperam que os consumidores gastem, em média, entre R$ 70 e R$ 100. Cerca de 29% dos entrevistados acreditam que brinquedos serão os itens mais vendidos, seguidos por roupas (15,4%), balas e doces (11,2%) e bebidas (9,5%). Gabriela salienta que os setores do comércio que oferecem produtos voltados para o público infantil tendem a apresentar melhor desempenho nas vendas. “A data gera impacto não apenas para esses setores, mas também para outros ramos do comércio e serviços”.
Influência em outras datas
A economista também destaca que o Dia das Crianças serve como termômetro para outras datas importantes do comércio, como a Black Friday e o Natal. “Um bom resultado agora pode, sim, ser indicativo de que as vendas nas próximas datas serão promissoras. Vale lembrar que o Natal é a principal data comemorativa para o comércio varejista, e com o apelo emocional da época, as expectativas de vendas são ainda maiores”, conclui.