Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltar a levantar suspeitas contra o sistema eleitoral nas manifestações que marcaram o dia 1° de maio, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reagiu com uma contundente defesa da democracia, cobrando respeito entre os poderes e se colocando como uma barreira contra o aumento do tensionamento das relações entre as instituições.
No último dia 3, Pacheco se prontificou, a convite do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, a firmar compromisso na busca de harmonia entre os poderes já que, além das urnas eletrônicas, Bolsonaro recorre a ataques ao STF.
Depois do encontro com Fux, ele ressaltou que as instituições seguirão atuando em prol da democracia e da lisura do processo eleitoral e conclamou a todos a cerrarem fileiras contra o que classificou de “arroubos antidemocráticos”.
O senador também se colocou à disposição do presidente Bolsonaro para o processo de construção do entendimento. “Nós temos uma obrigação comum de enfrentar arroubos antidemocráticos, de preservar a democracia, o Estado Democrático e garantir que as eleições aconteçam no Brasil dentro da normalidade que a sociedade espera”, afirmou.
Pacheco cobrou mais comunicação entre os que detêm o poder no país para que a sociedade tenha como norte o respeito. “No momento em que nós temos esse ambiente um tanto conturbado, é que se faz mais necessário manter o diálogo. Sobretudo com objetivo de defender a democracia, a relação entre os poderes e a busca desse apreço da sociedade para com as instituições. Nós não podemos permitir que o acirramento eleitoral, que é natural do processo, se reflita na boa relação que, obrigatoriamente, tem que existir entre o Legislativo, o Judiciário e, também, o Executivo”.
“Anomalias graves”
Para o presidente do Senado, pedidos de intervenção militar, de atos institucionais, do questionamento da veracidade das eleições e do fechamento do STF são exemplos de “anomalias graves” que “precisam ser contidas”.
Pacheco considera importante um alinhamento de consensos para privilegiar o diálogo em detrimento de intrigas que possam ser estabelecidas. “Entendo que os chefes de poder têm obrigação de conversarem entre si para poder, de fato, conter a evolução e a escalada de uma crise. Ninguém quer isso. Nós temos problemas reais para enfrentar no Brasil, que exigem soluções inteligentes, a união, o diálogo e o trabalho do Congresso Nacional”, endossou.