Home > Principais > 90% dos casos de AVC podem ser evitados com prevenção

90% dos casos de AVC podem ser evitados com prevenção

Estudos indicam que uma em cada quatro pessoas terá a doença ao longo da vida | Foto: Divulgação/Internet

O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, mata cerca de 100 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Estudos indicam que uma em cada quatro pessoas terá a doença ao longo da vida. É uma patologia silenciosa e que acomete homens e mulheres em qualquer idade, porém, 90% dos casos podem ser evitados com a prevenção. Sedentarismo e tabagismo são condições que aumentam o risco de desenvolver a patologia.

Segundo o médico neurologista Gustavo Santos, alguns fatores de risco podem provocar um AVC. “Sem dúvida alguma a hipertensão é o principal deles, pois ela desgasta e provoca lesões nas paredes dos vasos. Em seguida vem o sedentarismo, diabetes, obesidade, altos níveis de colesterol e triglicérides, doenças cardíacas e tabagismo”.

Ele acrescenta que para prevenir o problema é necessário mudar alguns hábitos de vida. “Manter um cardápio balanceado é essencial. Quase 25% de todos os AVCs estão relacionados à má alimentação. Evite o consumo de produtos industrializados e faça uma dieta rica em frutas e vegetais frescos. Praticar exercícios físicos regularmente também é fundamental para a promoção e manutenção da boa saúde, assim como controle da pressão arterial e redução do colesterol”.

Santos explica que existem três tipos diferentes de AVC. “Mais de 80% são do tipo isquêmico, quando um dos vasos do sistema circulatório que fazem o suprimento de sangue e oxigênio do cérebro fica entupido ou obstruído com placas de gordura e coágulos sanguíneos. O AVC hemorrágico faz com que haja um rompimento de uma ou mais veias no cérebro, causando um sangramento e pressão. Já o transitório ocorre quando há uma interrupção temporária do fluxo de sangue ao cérebro, que pode acontecer por diversos motivos”.

O publicitário Jonathan Fonseca sofreu um AVC há 3 anos e relata que precisou mudar sua rotina completamente. “Na época eu tinha apenas 32 anos. Estava com sintomas como sonolência e dores de cabeça. Certo dia, durante o trabalho, comecei a sentir formigamento e perda de força no braço e perna direita. Também perdi um pouco da fala ou as palavras saiam emboladas. Me levaram rapidamente para o hospital e lá foi constatado o AVC isquêmico”.

Ele conta que ficou internado por 3 noites e voltou para casa na cadeira de rodas. “Foi um susto e me esforcei para recuperar ao máximo da fala e os movimentos do lado direito. Foram diversas sessões de fisioterapia e fonoaudiologia. Demorei quase 2 meses para conseguir ficar de pé sozinho. Vivo um dia de cada vez, enfrentando os desafios”, finaliza.

Quais os sintomas?

Os sinais de um AVC podem surgir de uma hora para outra e, dependendo da parte do cérebro que é afetada, se manifestam de forma diferente, conforme afirma Santos. “Alguns indícios podem ajudar a identificar este problema rapidamente, como dor de cabeça intensa que surge de repente, formigamento de um lado do corpo, dificuldade para falar e para caminhar, náuseas e vômitos, desmaios e alterações da visão”.

O médico diz que é de extrema importância fazer o diagnóstico precoce. “Quanto mais tempo demorar entre o surgimento dos sintomas e o início do tratamento adequado, maior será a lesão no cérebro. A evolução do AVC é muito individual e pode deixar algumas sequelas no paciente, como dificuldades para se movimentar, falar e sentir um dos lados do corpo, além de problemas para entender o que lhe é dito, reconhecer objetos comuns e se lembrar de fatos de sua vida”.

O neurologista orienta que, em caso de suspeita de estar ocorrendo um AVC, deve-se fazer o exame SAMU. “Quem está sofrendo um derrame, geralmente, não consegue realizar as ações pedidas neste teste. Caso isso aconteça, deite a pessoa de lado em um local seguro e chame o serviço de emergência ligando para 192, ficando sempre alerta se a vítima continua respirando normalmente. No caso dela deixar de respirar, inicie a massagem cardíaca”.

Ele esclarece a forma correta de fazer o procedimento, enquanto aguarda uma ambulância. “Mantenha a pessoa de barriga para cima e numa superfície dura. Posicione as mãos sobre o peito da vítima, entrelaçando os dedos entre os mamilos. Empurre as suas mãos com força contra o peito, mantendo os braços esticados e utilizando o peso do próprio corpo, contando, no mínimo, dois empurrões por segundo até a chegada do serviço de resgate. É importante deixar que o tórax do paciente volte à posição normal entre cada empurrão”, conclui.