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Fora da briga presidencial, Rodrigo Pacheco articula sucessão em Minas

Rodrigo Pacheco vai aguardar a orientação nacional do PSD | Foto: Divulgação/Senado

Com a desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), em disputar a Presidência da República, agora às atenções se voltam para onde o senador depositará seu apoio nas eleições ao governo de Minas. O mais natural seria Pacheco dar suporte ao seu correligionário de PSD, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, mas, um acordo com o atual governador Romeu Zema (Novo) não está descartado. O cenário nacional, onde o PSD tem interesse, e os espaços para as vagas de vice e de senador nas chapas no estado, serão decisivas para ele, que trabalha ativamente na articulação.

Lançado pelo PSD como pré-candidato à Presidência da República, Pacheco, ao longo dos últimos 4 meses, fez suspense sobre o seu futuro político. Porém, após avaliar as pesquisas e ouvir os senadores da própria bancada do PSD, tomou a decisão de não concorrer ao cargo de presidente e acelerar o ritmo de trabalho na Câmara Alta. “Anunciei a minha desistência da pré-candidatura pelo PSD à Presidência da República por entender que o papel do Senado é fundamental como balizador e propulsor na busca de caminhos legislativos para que o país encontre o rumo certo e próspero que todos aguardam”, disse Pacheco em seu pronunciamento.

Entre os desafios para o ano eleitoral, Pacheco vai voltar seus esforços para tentar aprovar matérias que busquem a recuperação econômica e social. A principal delas é a Reforma Tributária – PEC (110/2019), que está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa. “Vou trabalhar, como venho fazendo desde que assumi um cargo eletivo, para permitir que todos os brasileiros tenham uma vida digna, com emprego, remuneração justa, educação e saúde de qualidade. Ninguém pode dormir em paz enquanto perdurar essa dramática situação. Temos de combater a desigualdade social com todas as nossas forças e criar oportunidades para todos”, reforçou.

Voltando às eleições, ele agora vai aguardar os próximos passos que serão dados pelo presidente do PSD nacional, Gilberto Kassab, que vê com bons olhos o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Kalil, que pode ficar no PSD ou migrar para o PSB, se isso facilitar a aliança com o petista. Entretanto, esse acordo passa necessariamente por um lugar na chapa do senador Alexandre da Silveira, aliado de Pacheco e que deve tentar a reeleição ao Senado. Contudo, a possibilidade de o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, ser candidato a Câmara Alta na chapa de Kalil pode inviabilizar o apoio.

Deste modo, Pacheco e seu grupo político podem acertar um acordo com Zema, que demonstra distanciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem se valeu do apoio para ser eleito governador de Minas. Esse afastamento de Zema do grupo bolsonarista é visto como fundamental para Pacheco iniciar qualquer tipo de conversa com o governador com vistas às próximas eleições. Distanciamento que vem se consolidando com a crise das forças de segurança. Um aliado de Pacheco, no entanto, lembra que o senador se “sente mais à vontade” com seu grupo político do PSD. “Pacheco sabe do valor da política e da importância do diálogo. Fatores que o governador e o Novo vêm desconsiderando”, afirma o interlocutor do senador.