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Retinoblastoma afeta cerca de 400 crianças por ano no Brasil

Tiago Leifert e Daiana Garbin alertam para o diagnóstico precoce do retinoblastoma | Foto: Reprodução/Instagram

O apresentador Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, publicaram um vídeo nas redes sociais para contar que a filha deles foi diagnosticada e está em tratamento contra o retinoblastoma. A doença é um tipo raro de câncer nos olhos e é mais presente na infância, acometendo cerca de 400 crianças por ano no Brasil. O tumor pode afetar as células da retina de somente um ou dos dois olhos e 95% dos casos são diagnosticados antes dos 5 anos.

De acordo com a oftalmologista Vanessa Guedes, existem dois tipos de retinoblastoma. “O esporádico surge pela mutação em alguma célula e costuma aparecer em apenas um dos olhos. Já o hereditário se manifesta devido a uma mutação genética transmitida hereditariamente e pode acometer ambos os olhos. Uma das principais causas da doença é o fator genético. O portador herda uma mutação no gene Rb1 que resulta no aparecimento do retinoblastoma”, explica.

Entre os primeiros sintomas, a oftalmologista cita a fotofobia, estrabismo, heterocromia, sangramento em alguma parte do olho e vermelhidão. “O principal indício do retinoblastoma é a leucocoria, um reflexo branco na pupila e presente em quase 90% dos diagnósticos. Ele pode ser visto ao tirar uma foto com flash. Normalmente, os olhos ficam vermelhos, porém, nas crianças com a doença, o reflexo é esbranquiçado. Em fases mais avançadas, podem surgir dores nos olhos, cabeça, globo ocular maior do que o normal, afetando a visão total ou parcial”

Vanessa salienta que quanto mais cedo a descoberta, melhores são as chances de tratamento e evitar que a doença progrida. “O teste do olhinho é um grande aliado e deve ser feito em todos os bebês ainda na maternidade. O profissional vai analisar o reflexo da luz emitida pela lanterna no fundo do olho da criança. Catarata congênita, hemorragias e o retinoblastoma são os mais comuns de serem detectados nesse exame. Também é recomendada uma visita ao oftalmologista antes de o menor completar um ano de vida, seja apresentando sintomas ou não”

“Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível”, reforça o Instituto Nacional de Câncer (Inca) em nota técnica.

Como é o tratamento?

Segunda explica Vanessa, existem vários tratamentos para a doença. “O objetivo é eliminar o tumor, salvando a vida da criança, preservando a visão e o olho e prevenindo a volta do câncer. As chances de cura são estimadas em 90%. Podem ser usados a laserterapia para os tumores menores, assim como crioterapia, que é o congelamento e destruição do tumor”.

Ela cita ainda a quimioterapia, com a finalidade de reduzir o tamanho do tumor e prevenir sua multiplicação, bem como a radioterapia para ajudar a reduzi-lo. “No entanto, o diagnóstico tardio costuma deixar sequelas. Em casos em que nenhuma dessas opções funcionam como forma de tratamento, o paciente precisa ser submetido a retirada do globo ocular via procedimento cirúrgico”, alerta.