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Quem sabe, sabe

CANAL ABERTO

O nível da educação no país continua baixo. A insatisfação do brasileiro com a educação cresceu nos últimos anos, sendo maior com o ensino público do que com o ensino particular. Para a população, a violência e a corrupção estão diretamente relacionadas à baixa qualidade. Os alunos não aprendem o esperado e o sistema não garante sequer que todos cheguem até o final do ensino médio. A consequência disso é que ano a ano só vemos dados negativos sobre o nível de aprendizado. Se o panorama não é bom, pelo menos existe alguma esperança. Nas últimas décadas, o Brasil registrou um avanço no número de matrículas de crianças e jovens, mas ainda está abaixo do desejado. É necessário cobrar mudanças estruturais e pontuais para que possamos avançar.

Aumenta o racismo em campo. O futebol é considerado um dos esportes mais democráticos, mas volta e meia tem a reputação arranhada pelo preconceito racial. Somente este ano foram 51 casos de injúria racial no futebol brasileiro. A sociedade deve buscar punir os infratores, mas o que se vê é a punição aos clubes e aos estádios, ou seja, o sentimento de impunidade faz com que esse tipo de comportamento continue a imperar. É hora de dar um basta nisso e entender que todos são iguais perante a lei.

Presos têm grandes custos para o Brasil. As taxas de encarceramento crescem a cada dia e, em consequência, a política prisional causa grandes custos para os cofres públicos. Um levantamento do Monitor da Violência aponta que o número de presos passa de 750 mil, gerando um gasto bilionário. Para se ter uma ideia, os estados gastam, em média, R$ 1.800 mensais com cada preso. Em Minas Gerais, o custo é de R$ 2.385. Já nas penitenciárias de segurança máxima federais, o valor sobe para R$ 35 mil. É um gasto imenso que não tem retorno. Os presos de bom comportamento e que não cometeram crimes graves poderiam estar trabalhando e recebendo um salário por produção. Muitos trabalhadores não recebem salários próximos desses valores. Mais uma injustiça social neste país.

GRANDE PARTE DOS BRASILEIROS NÃO TEM UM PLANO DE SAÚDE

Cerca de 70% dos brasileiros não possui plano de saúde e 90% não têm condições de pagar médicos de qualidade. E a crise econômica em que vivemos, com mais de 14 milhões de desempregados, dificulta ainda mais a aquisição de um, que, com certeza, é a prioridade de grande parte das famílias brasileiras.

ESTÁ NA HORA DE BAIXAR A CONTA DE LUZ

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as usinas hidrelétricas perderam espaço na oferta com o baixo nível dos reservatórios e o governo se viu obrigado a acionar as termelétricas, o que gerou uma alta nas contas de luz, afetando os consumidores. Foram criadas as bandeiras verde, amarela e vermelha, que servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Ou seja, mais uma armadilha para prejudicar a população. O preço da energia elétrica no Brasil já subiu 30% em 2021. Mas, com o grande volume de chuvas desde o mês de outubro e os reservatórios de água acima de 80%, é a hora de o governo voltar à bandeira verde para pesar menos no bolso do cidadão. O presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que vai determinar essa redução, já que a sua popularidade caiu muito após as medidas contra a pandemia e do triste cenário econômico.

DIA INTERNACIONAL CONTRA A CORRUPÇÃO

Celebrado no dia 9 de dezembro, em 2003, foi assinada por 140 países a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, na cidade de Mérida, no México. A ideia central é fortalecer a cooperação para ampliar a prevenção e o combate contra essa prática no mundo todo. Por aqui, ela existe desde a descoberta do Brasil e, mesmo após a celebração desse dia, nunca acabou. A começar na política, onde os governantes deveriam dar bom exemplo, mas, ao invés disso, desviam o dinheiro público que poderia ser usado em projetos sociais. A corrupção também acontece diariamente em todos os outros setores da nossa sociedade. Com as leis fracas, o crime parece compensar. Enquanto não houver punições rigorosas, a roubalheira vai continuar e os prejudicados como sempre são as pessoas que trabalham e pagam os seus impostos com sacrifício.