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CDL/BH defende sistema tributário mais simples e menos oneroso

Vice-presidente da CDL/BH, Fernando Cardoso, fala sobre a alta carga tributária no Brasil

Uma das reclamações constantes dos brasileiros é sobre o preço dos produtos. Muitos acham caro, mas desconhecem que parte do valor final de uma mercadoria tem tributos federais, estaduais ou municipais embutidos. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 7 em cada 10 consumidores (74%) não sabem quanto pagam de imposto nas compras. Um total de 26% dos entrevistados disseram procurar se informar em relação aos encargos ao adquirir um produto ou serviço.

Desde 2013 está em vigor uma lei que obriga os estabelecimentos comerciais a informarem na nota o valor de tributos embutidos em uma compra. De acordo com o vice- -presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Fernando Cardoso, a medida tem sido positiva para evidenciar a quantidade de impostos que são pagos. “A sociedade precisa ter conscientização. Muitos ainda acreditam que os empresários é que arcam com esses custos”.

A CDL/BH defende um sistema tributário mais simples e menos oneroso, com transparência e que mostre onde os recursos estão sendo aplicados. “Deveria retornar em forma de serviços essenciais de qualidade, como saúde, educação, segurança, entre outros, o que não tem acontecido plenamente. O Brasil ocupa a posição número 14º do ranking de países que mais pagam impostos. No entanto, dos 30 nações, com maiores cargas tributárias no mundo, fica em último lugar quando medimos o índice de retorno para o bem-estar da população”, afirma.

Entre os principais tributos sobre produtos e serviços estão o IPI, PIS/Cofins, ICMS, ISS. “A questão não é deixar de cobrar, e sim estipular um valor mais justo, assim como praticar uma gestão pública eficiente e que trabalhe em benefício da sociedade. As altas taxas diminuem o poder aquisitivo dos consumidores, impedem a expansão das empresas, consequentemente a empregabilidade, e comprometem o crescimento da economia nacional”.

Um estudo mostra que o brasileiro trabalha, em média, 151 dias por ano, o que corresponde a 5 meses, só para pagar encargos. “O equivalente a 41,8% do rendimento bruto de cada cidadão representa impostos. Ou seja, uma pessoa que recebe um salário mínimo perde pouco mais que R$ 436 do pagamento sem receber nada em troca”, destaca o vice-presidente.

Dia Livre de Impostos

Realizado no dia 27 de maio, a 15ª edição do Dia Livre de Impostos teve como objetivo conscientizar a população quanto aos altos índices de tributos pagos pelo cidadão e que não retornam em forma de serviços essenciais. A ação, promovida pela CDL/BH e pela CDL Jovem, contou com a participação de mais de 300 lojas da capital, como drogarias, perfumarias, supermercados, autoescola, curso de idiomas, lojas de material de construção, calçados, roupas e acessórios, pet shop, entre outras.

Por meio do site dialivredeimpostos.com.br, o consumidor pôde conferir diversos itens com o valor original e o preço sem os encargos. Cardoso explica que a vantagem é pagar mais barato pelo produto e ver na prática como os tributos incidem sobre a mercadoria. “Já para os lojistas, principalmente aqueles que ficaram um bom tempo de portas fechadas, o benefício é ter um capital de giro rápido, além de poder desencalhar o estoque”.

Tanto em 2020 quanto esse ano, o Dia Livre de Impostos precisou ser reinventado por conta da COVID-19. “A ação sempre teve um caráter presencial, mas nas duas últimas edições também marcou presença na versão on-line. A pandemia acelerou o processo de digitalização das empresas”, finaliza.