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67% dos brasileiros das classes C e D acreditam que a economia vai melhorar após a pandemia

Apesar do cenário preocupante no Brasil devido à pandemia, os brasileiros das classes C e D estão otimistas com o futuro. É o que mostra a 1ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina COVID-19. Mesmo com 54,6% dos trabalhadores perdendo o emprego no último ano, 86,3% dentro deste grupo acreditam que vão conseguir uma recolocação no mercado depois que a pandemia acabar. Além disso, 67,6% dos entrevistados acham que a economia do Brasil irá melhorar.

Segundo a análise, apenas 17,5% dos brasileiros das classes C e D que não perderam o emprego estão trabalhando no sistema home office. Quando questionados se irão continuar exercendo suas atividades de forma remota no futuro, 61,9% responderam que sim.

Mesmo com o otimismo da maioria dos entrevistados, 26,9% acham que a economia do país não vai melhorar, nem piorar após a pandemia. Já 5,5% acreditam que a situação vai agravar. Entre os respondentes, 46,9% tiveram acesso ao auxílio emergencial.

Com as restrições de circulação para barrar a disseminação do coronavírus, 34,2% dos participantes da pesquisa começaram ou aumentaram a aquisição de produtos pela internet. Dentro deste grupo, 84,3% disseram realizar as compras on-line pelo celular e 15,7% pelo computador. Mesmo após o fim da pandemia, 82,4% pretendem continuar comprando virtualmente.

O economista Erik Penna explica o fato de 34,2% dos brasileiros começarem ou aumentarem suas compras pela web. “Com a pandemia, a necessidade do distanciamento social e o consequente fechamento do comércio, os consumidores se viram obrigados a se digitalizar e atender suas necessidades de compra pela internet”.

Ele acrescenta que as vendas on-line no Brasil cresceram de forma exponencial, ultrapassando a cifra de R$ 100 bilhões no faturamento em 2020. “Um novo cliente surgiu, mais preocupado com o contato físico, mais bem informado e digitalizado. Acredito que mesmo com a reabertura das lojas físicas o hábito de adquirir produtos via internet deve permanecer na vida dos consumidores”.

O especialista ressalta que o Brasil é o país mais esperançoso do mundo. “Isso é o que revelou uma pesquisa encomendada pela Expo Dubai 2020, sendo que 76% dos brasileiros se consideram otimistas, um número superior à média global. A crença das pessoas é que à medida que a imunização avance, a indústria e o comércio busquem por mão de obra para produzir e suprir boa parte do consumo, recrutando colaboradores em quase todos os segmentos”.

Ele afirma que essa expectativa é real principalmente em setores mais ávidos pela recuperação. “Como o varejo de moda, alimentação fora do lar, academias de ginástica, eventos, hotelaria, transporte aéreo e turismo”. Porém, para ele, a recolocação no mercado de trabalho não será fácil. “A recuperação tende a ocorrer aos poucos e a competição por uma vaga deve ser acirrada já que, devido à alta procura, a tendência é que os empregadores almejem por profissionais cada vez mais qualificados, tanto nas habilidades tecnológicas como comportamentais”.

Desejo de empreender
Um dado que chama a atenção na pesquisa é que a crise despertou uma vontade de empreender. Quando questionados se já montaram um negócio próprio nos últimos meses ou se pensam em criar algo depois da pandemia, 48% disseram que sim.

Para o economista, empreender é um dos maiores sonhos do brasileiro. “Inclusive o número de microempreendedores individuais no país é crescente e, segundo dados do Portal do Empreendedor, já supera a marca de 11 milhões”. No entanto, ele esclarece que, com a pandemia, o caminho de quem perde o emprego no Brasil tem sido empreender por necessidade. “Ou seja, mais do que uma vontade, abrir um próprio negócio está sendo a forma que muitos encontram para gerar renda e conseguir pagar as contas. O ideal é empreender por oportunidade, ou seja, elaborar um plano de negócios, pesquisar o mercado e a concorrência para não correr o risco do sonho se tornar um pesadelo”.

Fim da crise?
Mesmo esperançosos de que o fim da pandemia significará o fim da recessão econômica, isso pode não acontecer tão rápido. Penna elucida que a retomada será gradativa. “O mercado costuma descer de elevador e subir de escada, por isso precisamos de uma vacinação em massa o mais breve possível e, a partir daí, o Brasil deverá reativar o comércio, recuperar os empregos, estimular os negócios e assim trilhar o caminho da recuperação econômica”.

E por mais complicada que seja a trajetória, ele frisa que é fundamental não se desesperar. “É preciso acreditar que o momento atual se trata apenas de uma parte difícil do caminho e não dele todo. O empreendedor otimista sempre confia que o melhor está por vir”.