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Duelo entre Kalil e Zema está cada vez mais acirrado

O governador Romeu Zema (Novo) tem evitado fazer comentários de cunho político, pois o momento não é propício para isso, devido à pandemia do novo coronavírus. Essa é a tese que reina nos bastidores do Palácio Tiradentes.

Para além dessa observação de seus amigos, existe a versão dos opositores de que o chefe do Executivo estadual se faz de esmorecido para evitar criticas mais contundentes, já que não tem nenhuma grande realização para apresentar aos mineiros nestes mais de 2 anos de mandato. “Ele funciona como se fosse um grande chefe de departamento pessoal e administração, apenas isso”, afirma a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT).

A parlamentar petista faz parte do bloco de oposição criado neste início de ano com o intuito de questionar as ações do governo. Consta no planejamento estratégico elaborado pelos integrantes desse grupo ações mais firmes de aversão a Zema. Eles esperam apenas o retorno definitivo das reuniões plenárias presenciais na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para estabeleceram uma espécie de cronograma demonstrando que o governo estadual ficou estagnado do ponto de vista de realizações. E, na avaliação desses membros, a situação deve seguir igual, pois nada se fala em planos de obras a não ser algo que possa surgir a partir do dinheiro da Vale, mas esses valores terão projetos específicos.

Kalil x Zema

Respaldado pelo apoio de diversos partidos políticos com destaque para o MDB, PSD, PV, PDT e Avante, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), mesmo aflito com a onda fulminante da COVID-19, tem incentivado seu projeto político. No momento, existe a chance dele ter o apoio do Bloco de Independentes, da ALMG, que conta com 39 membros. Esses parlamentares são seguidores do presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), por sinal, nome relacionado para ser candidato a vice, ou mesmo disputar a vaga do Senado, em parceria com a possível candidatura de Kalil ao governo do Estado. As iniciativas políticas do prefeito têm reverberado nacionalmente, já que diversas lideranças pelo país afora o consideram um político vitorioso.

Outrossim, mesmo com uma boa popularidade registrada no começo do ano, Zema está envolto em um verdadeiro cipoal. Ele não tem respaldo no Legislativo mineiro e, até agora, não incentivou o surgimento de um grupo próprio. Tem governado com uma equipe formada com técnicos de distinguida qualidade, mas sem ilação política. A imprensa está de olho para saber qual será esse desfecho. O governador está completamente aliado ao presidente Bolsonaro e, esse por seu turno, é desafeto do Partido Novo. Ou seja, em determinado momento haverá necessidade de escolher de que lado ficar.

Com essa polarização entre Zema e Kalil, se o pleito fosse hoje, o governador teria apoio do Novo, PSD, Solidariedade, PSC, Podemos e o PP. Até aqui ainda não se sabe das tendências futuras em relação ao PT e o PTB.

Uma observação procedente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. Por lá, a presidente, Nely Aquino (Podemos), por orientação do presidente do Progressistas, Marcelo Aro, está cada dia mais próxima a Zema. E, em sentido oposto, o presidente da ALMG, Agostinho, caminha em parceria com Kalil. Papéis invertidos, neste início de jogo político, cujo desfecho só vai ser conhecido no final de 2022.