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Política nacional pode forçar a terceira via na sucessão mineira

Mesmo com as dificuldades acarretadas por conta da pandemia, o tema relacionado às eleições de 2022 tem pautado os meandros da política mineira. No início do ano, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), nomeou o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes, para ser seu secretário de Governo.

Semana passada, o governador Romeu Zema (Novo) indicou o ex-deputado Gustavo Corrêa (DEM) para assumir a Secretaria Adjunta de Governo. O objetivo dos dois atos é buscar aproximação com os deputados estaduais, pois como se sabe, os debates a respeito do pleito majoritário mineiro passam, inexoravelmente, pelos bastidores da ALMG.

Neste momento o tema sobre a disputa do próximo ano tem dois polos e os atores principais são exatamente Kalil e Zema.

Mudanças no rumo

Na opinião de jornalistas e cientistas políticos ouvidos por nossa reportagem, esse é o atual cenário, no entanto, os grupos nacionais podem mudar o roteiro até o próximo ano. Na avaliação desses especialistas, de um lado, há influência das bases ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, verso a oposição de outro. Também nesta leva de domínio externo, até mesmo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), pode ser um divisor de águas, quebrando a hegemonia vigente. Pacheco tem dito que não pretende ser candidato ao governo mineiro, mas sua postura política está bem avaliada em Brasília, sendo um dos nomes mais badalados pela imprensa nacional.

Para além dos nomes até então mencionados, existe a possibilidade do surgimento de uma terceira via, embora não tenha lideranças com o perfil de emplacar um projeto de envergadura, visando enfrentar Zema e Kalil. Por causa disso, começa a se especular sobre o convencimento de um prefeito das grandes cidades para disputar o pleito.

Pensando nisso, é bom registrar que o influente presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, já aposta em sua candidatura ao Senado. Excluído seu nome, passa-se a listar outros prefeitos das maiores cidades. O primeiro é do prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD), por se tratar de um político de prestígio estadual. Entretanto, como é do conhecimento da população, existe um elo entre projeto dele e o de Kalil.

Na região metropolitana, surge ainda o nome da prefeita de Contagem, Marília Campos. Filiada ao PT, não se sabe da pretensão dela em se afastar do município após uma forte campanha para retornar ao comando da cidade. Outra aposta seria a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão. Mas, ao que tudo indica, há uma orientação partidária no sentido de que os mandatos sejam cumpridos para a oxigenação da sigla. Ou seja, se fosse hoje o pleito, o PT não teria candidato, mas até o final do ano de 2022 tudo pode mudar.

Titular da Prefeitura de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), teria o perfil para caminhar na direção de se tornar uma opção nessa terceira via. Odelmo também é um nome conhecido fora do seu município por ter sido deputado federal por várias legislaturas, líder classista, ex-secretário de Estado da Agricultura. Como se não bastasse, ainda foi reeleito com uma margem de mais de 70% dos votos. Além disso, ele é procurado constantemente tanto pelos defensores da candidatura de Kalil como por membros do grupo de Zema.

Outro nome que aparece é o do prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania). Ele se revelou um bom administrador e sua reeleição para continuar por mais 4 anos no comando da cidade foi com cerca de 80% dos votos. Porém, quando o assunto é política e sucessão estadual, Souto se esquiva de comentar.