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Câncer do colo de útero é o terceiro mais comum entre as brasileiras

O terceiro mês do ano foi escolhido para dar atenção ao câncer do colo de útero. A campanha Março Lilás tem como objetivo conscientizar a população sobre a atenção e combate desse tipo de câncer que é o terceiro mais comum entre as brasileiras e a quarta causa de morte de mulheres no país.

A oncologista Flávia Rocha Paes explica que essa campanha é de extrema importância, principalmente porque o câncer do colo de útero é totalmente erradicável. “Só depende das nossas atitudes. O principal fator de risco é a infecção pelo vírus HPV, que é transmitido sexualmente. Inclusive, atualmente, para as meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14, já existe a vacina”.

Ela esclarece que campanhas como essa são importantes, pois orientam a população. “Ajuda a sanar dúvidas, acabar com o preconceito acerca da vacinação e esclarecer sobre a importância de fazer os exames periódicos. Por fim, o Março Lilás auxilia para que todas as pessoas tenham a responsabilidade social de levar suas crianças para que sejam vacinadas”.

De acordo com ela, atualmente, o imunizante pode ser estendido até os 45 anos nas mulheres. “Elas não estão englobadas na campanha de vacinação do Ministério de Saúde, mas os centros particulares oferecem a vacina e, em algum grau, se protegem contra o desenvolvimento do câncer do colo de útero”.

A especialista comenta que a vacinação é apenas uma das formas de prevenção, considerada secundária. “A primária ocorre quando a gente evita o contágio pelo vírus HPV e isso pode ser feito através do uso do preservativo na relação sexual”.

Além disso, o papanicolau tem uma grande importância nessa questão. “Ele permite o diagnóstico de lesões pré-cancerígenas, ou seja, feridas que se não tratadas podem virar o câncer do colo de útero. E que, sendo abordadas adequadamente e em um tempo hábil, evitam a doença. O exame é recomendado, regularmente, para mulheres acima de 25 anos”.

Sinais e tratamentos

Flávia afirma que a maioria das pessoas sexualmente ativas no Brasil entrará em contato com o HPV em algum momento da vida. “Cerca de 90% delas apresentarão uma doença transitória, geralmente assintomática e vão eliminar esse vírus. Aproximadamente 10% podem desenvolver o câncer. Enquanto que apenas 1% vai desencadear o que chamamos de condilomas acomunados, que são as verrugas genitais”.

Conforme elucida a oncologista, os sinais causados nas células do colo de útero pelo HPV podem ser identificados através de exame de Papanicolau que é a citologia cervical, uma doença de desenvolvimento lento e que pode não apresentar nenhum sintoma nas fases iniciais.

Foi por meio de uma consulta ginecológica que a advogada Tatiana Guedes descobriu que fazia parte desse 1%. Ela recorda que foi encaminhada para um especialista da área e iniciou o tratamento com rapidez. “Por sorte o câncer estava no começo. Fiz algumas sessões de quimioterapia e de radioterapia e meu procedimento durou menos de um ano”.

A periodicidade nos exames de rotina já era um hábito que foi reforçado após o susto do diagnóstico. “Foi por ter esse cuidado que descobri a doença. Isso só fortaleceu que a cautela com a minha saúde é um dos maiores atos de amor próprio que posso ter”.

Nos casos mais avançados, a oncologista ressalta que pode haver sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual. “O quadro pode causar ainda secreção vaginal anormal, algumas alterações intestinais, urinárias e dor abdominal”.

O tratamento é igual ao de qualquer tipo de câncer, ou seja, individualizado. “Ele pode ser realizado por meio de várias modalidades, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Ou até mesmo pela combinação de algumas técnicas. Isso tudo depende do estágio que a pessoa for diagnosticada”, conclui.