Home > Economia > 53% dos brasileiros pediram empréstimo pessoal para pagar dívidas ano passado

53% dos brasileiros pediram empréstimo pessoal para pagar dívidas ano passado

Uma pesquisa realizada pela fintech Bom pra Crédito apontou que os brasileiros querem pagar suas dívidas. Os dados mostram que, por aqui, 53% da população pediu empréstimo pessoal em 2020 para ficar com as contas no azul. Ainda de acordo com o estudo, investir em um negócio (19%), adquirir um veículo (7%), reformar um imóvel (6%), fazer compras (4%) ou obter um imóvel (3%) seguem liderando o ranking de prioridades financeiras.

Ao longo de 2020, a procura por ajuda financeira aumentou 27,7% na média diária de solicitações por pessoas com renda de até R$ 2 mil no quarto trimestre, quando comparado ao fim do terceiro. Os números reforçam um impacto financeiro maior na população de baixa renda das classes C e D.

Segundo o diretor de vendas da fintech, Marco Afonso, a pandemia despertou nas pessoas a necessidade de cuidar das finanças pessoais. “Tudo isso para evitar que as dificuldades enfrentadas nesse período se repitam no futuro. E uma das formas de organizar as contas é a troca de dívidas por alternativas de menor custo”. Além disso, segundo o especialista, os produtos de crédito pessoal são uma excelente alternativa ao cheque especial e ao cartão de crédito. “Isso porque eles permitem um planejamento melhor do fluxo de caixa dos cidadãos, pois são opções de menor taxa de juros, com valor mensal fixo e prazo determinado”.

O índice de pessoas buscando pagar seus débitos pode causar um impacto positivo na economia. “Em curto prazo, é uma forma de manter o poder aquisitivo para as despesas do dia a dia. Em longo, esse comportamento, além de garantir a manutenção do poder de compra, pode assegurar maior capacidade de crédito para pessoas físicas, o que ajudará na recuperação econômica”.

Em relação à porcentagem de brasileiros que estão pedindo empréstimo pessoal para investir, Afonso explica que é preciso uma avaliação criteriosa. “Devem ser considerados fatores como prazos, taxas de juros e relação entre a parcela e a renda mensal do tomador ou empreendedor”.

Cuidados

Para que o empréstimo não se torne uma inadimplência, é preciso tomar uma série de precauções. “Avaliar se a renda é suficiente para o pagamento das parcelas e se o valor tomado vai resolver a motivação para a tomada de crédito. Quanto mais consciente for o consumo, maior será a possibilidade de solucionar a situação financeira ou impulsionar as condições para a realização de um sonho”.

Ele acrescenta que a pessoa deve conhecer bem sua realidade financeira, ou seja, saber o quanto ganha e gasta por mês, incluindo os valores pagos em juros, empréstimos e contas. “É importante anotar tudo e isso inclui os gastos sazonais, como material escolar, IPVA, IPTU, entre outros. Existem diversos aplicativos e planilhas que podem ajudar o consumidor a organizar sua vida financeira, o importante é ter isso bem estruturado para ver quais caminhos seguir”.

O planejamento de gastos também é essencial. “Se o custo da pessoa é bem maior do que a sua capacidade financeira, é bem provável que ela esteja cometendo um dos piores erros financeiros: não pensar antes de assumir novas dívidas. Antes de sair gastando sem pensar, é importante se planejar e, por isso, é fundamental ter todos os gastos no papel”.

Diminuir despesas desnecessárias é primordial para que o consumidor consiga pagar o empréstimo de forma tranquila. “Planejar as compras ou deixar de adquirir coisas supérfluas permite que as pessoas comecem o ano com valores que caibam no bolso. Até porque cada dia de atraso gera taxas de juros composto. Para não perder dinheiro, escolha uma data que seja bem perto do dia do pagamento. Por isso, ficar 3 ou 4 meses sem fazer nenhuma compra parcelada pode criar um fôlego no orçamento”, finaliza.