Em época de completo estrangulamento da economia originado, principalmente, pelas consequências advindas da pandemia de COVID-19, a sobrevivência das empresas e a concretização de negócios em geral se transformaram em um enorme desafio, neste momento de crise, para quem está no comando de atividades nos mais diferentes segmentos. O isolamento social, adotado como regra para minimizar os efeitos da contaminação das pessoas pelo vírus, trouxe em seu bojo uma série de questões, inclusive, para o setor produtivo no Brasil e no mundo.
Ao longo de pouco mais de 150 dias, as autoridades governamentais dos estados e municípios se concentraram em performances orientadoras no sentido de salvar vidas, mas a exemplo de outras localidades, por aqui também não houve como continuar tudo “normal”. Em Belo Horizonte e em praticamente todas as cidades mineiras, portas de estabelecimentos comerciais e atividades ligadas à prestação de serviços foram fechadas totalmente ou temporariamente, causando um contratempo desesperador.
Para além dessa realidade, o desmoronamento abrangeu também o organizado parque industrial de Minas Gerais. Mas nos meandros da economia campestre, a conjuntura foi oposta a todas essas mazelas acontecidas nos centros urbanos. Dados disponíveis confirmam a força do agronegócio mineiro, cuja realidade se constata a partir do crescimento das exportações no valor dos negócios da ordem de (9,4%), em média de 31,4% quanto ao volume das exportações. Apenas para efeito de comparação, no período de janeiro a julho de 2019 as saídas daqui foram de U$$ 4,5 bilhões, e este ano a cifra chegou a U$ 4,93 bilhões. Segundo informa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), a pauta de exportação é capitaneada pelos grãos de café (39,8%), complexo soja (28%), carnes (11,5%), complexo sucroalcooleiro (10%) e produtos florestais (6,3%).
A irrefragável qualidade dos nossos artigos contribuiu para outro fato preponderante. Alguns produtos importantes da pauta estadual de transações para o exterior, no ramo do agro, tiveram considerável aumento de volume comercializado, como a soja em grãos (52,4%), carne bovina (14,7%), carne suína (93,7%), açúcar (61,6%) e álcool (77,9). Ainda tendo como base os dados da Faemg, até julho de 2020, Minas Gerais é o quinto maior exportador do país no ranking dos estados, sendo responsável por uma média de 8,05% de tudo que o agro brasileiro comercializou internacionalmente nesse período. Relativamente à balança comercial de Minas, o segmento atingiu a posição de 35,7% do total exportado pelo estado (em valor). Só para efeito de avaliação: nos primeiros 7 meses de 2019, o percentual era de 30,9%.
A China é, de longe, a parceira mais expressiva destas nossas atividades rurais. E, exatamente para que exista sequência essa singular companhia, o Sistema Faemg/Senar/Inaes, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Apex-Brasil está desenvolvendo uma iniciativa visando orientação, capacitação e abertura de mercado internacional para os produtores rurais e empreendedores de cadeias produtivas selecionadas, tendo, em princípio, os países asiáticos como destinos iniciais.
Eis aí não apenas uma conjectura, mas sim uma constatação: o agronegócio mineiro evitou a probabilidade de uma catástrofe na economia mineira, neste período de crise sanitária a que todos os mineiros e brasileiros foram e ainda estão submetidos. Se o perigo ronda as grandes metrópoles, nos rincões do estado a força dos produtores/empreendedores, juntamente com a abnegação dos trabalhadores do campo falaram mais alto e, mais uma vez, para a felicidades de todos.