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Sucessão na Capital deixa Kalil, Zema e Bolsonaro em lados opostos

A tendência é que o assunto relacionado à sucessão de Belo Horizonte ocupe mais espaço na imprensa, por conta da popularidade cada vez mais evidente do prefeito Alexandre Kalil (PSD) que, de acordo com a pesquisa do Instituto MDA, venceria o pleito ainda no primeiro turno.

O chefe do Executivo da capital mineira campeia por uma pista sem obstáculo devido, até agora, seus opositores não disputarem a preferência com a população nesta corrida. Pelo contrário, antes mesmo da crise sanitária, Kalil já nutria bastante notoriedade. Agora, diante da necessidade de suprir aos anseios provocados pelo isolamento, ele tem jogado pesado para atender, principalmente, os moradores da periferia.

Semana passada, um de seus adversários disse: “é difícil concorrer com o prefeito, pois volta e meia aparece uma carreta enorme em bairros periféricos para distribuição de cestas básicas durante este período de COVID-19. É claro que o benefício tem sido pago com o dinheiro público, mas os moradores dessas regiões aplaudem as ações de Kalil como nunca”.

De acordo com informações de bastidores, existe uma turma de influentes, comandado pelo segmento da construção civil, que trabalha para criar empecilho à reeleição do prefeito. No entanto, é necessário frisar que esse pseudo grupo terá de ser muito eficiente, pois os candidatos mencionados para fazerem oposição a Kalil não surtiram efeito. O círculo ligado ao deputado João Vítor Xavier (Cidadania) atalha: “a campanha ainda não começou. Até agora era treino e, a partir de setembro, o jogo profissional começa a ser jogado”.

Kalil x Zema

Seguramente por compilar altos índices nas pesquisas é que o Kalil pode se dar ao luxo de se inimistar com alguns políticos, até mesmo com o governador Romeu Zema (Novo), a quem desafia a todo instante, especialmente no que diz respeito às decisões administrativas.

Na opinião de parlamentares estaduais, o titular da Prefeitura de Belo Horizonte está criando “sua alameda própria” nesta caminhada, bem ao estilo personalista, inclusive, proclamando independência de grandes caciques como Zema e o próprio Jair Bolsonaro. Até porque, tanto o presidente quanto o governador mineiro estarão em palanques diferentes em 2020. Bolsonaro já tem compromisso com a candidatura do deputado Bruno Engler (PSL), enquanto Zema terá de caminhar com o candidato de seu partido, Rodrigo Paiva (Novo).

Na opinião dos observadores políticos, o posicionamento de Kalil tem razões óbvias: ele almeja caminho próprio, prevendo um embate já para 2022 na eleição para o governo de Minas. “Ele não terá que se preocupar com o governador, pois o chefe do Executivo estadual já tem problemas demais como buscar maneiras de conviver com os deputados estaduais, já que, até gora, não foi possível formar maioria entre os parlamentares. Isso, inclusive, dificulta a aprovação de projetos, um deles é o que estabelece critérios para a reforma da Previdência”, comentou um vereador muito próximo ao prefeito.

Por parte do governador Zema, nada se comenta em relação a Kalil. Alguns assessores e amigos dizem que “o melhor é deixar a pandemia arrefecer, a poeira abaixar e tudo ficará mais claro”. Para eles, não se deve responder, nem dar muita importância a essa briga que não tem o menor sentido. “Não aceitaremos provocações”, garantem.