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Ser vice-prefeito de Belo Horizonte é uma aposta política complicada

Nos últimos 12 anos, ser vice-prefeito em Belo Horizonte se tornou sinônimo de supressão da vida política cotidiana no cenário da capital, assim como em Minas Gerais. É sempre bom rememorar que foi na administração do então prefeito Célio de Castro que seu vice, Fernando Pimentel (PT), assumiu durante o afastamento do titular, sendo reeleito posteriormente para o cargo de prefeito.

Na sequência, Pimentel foi nomeado ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil no governo Dilma Rousseff (PT), chegando ao status de governador de Minas Gerais. Afora esta realidade, ser vice-prefeito de BH é tido como “cemitério político” para quem almeja continuar na vida pública.

Quem foi vice de quem?

O empresário Ronaldo Vasconcelos tinha um perfil político de vencedor. Além disto, foi vereador de Belo Horizonte, deputado estadual de várias legislaturas e se tornou vice-prefeito à época de Fernando Pimentel, depois de passados 12 anos. A partir daí, teve início o seu verdadeiro inferno astral. Sua última incursão no mundo das disputas não obteve sequer a condição de se eleger vereador, devido a um minguado número de votos conquistado.

No comando da prefeitura, coube ao empresário Marcio Lacerda suceder a Fernando Pimentel. Ser vice nos primeiros 4 anos de mandato recaiu sob o petista Roberto Carvalho. E, como não poderia deixar de ser, ambos se desentenderam logo no primeiro ano de administração. Coincidência ou não, certo é que depois disso, Carvalho passou a ser um mero militante do PT, vivendo do passado, mesmo porque assim como Ronaldo Vasconcelos, ele também foi vereador e deputado estadual. Hoje está no real ostracismo da política mineira.

Já no segundo mandato, outro deputado estadual se prestou a ser vice de Marcio Lacerda. Desta vez, o influente advogado Délio Malheiro, funcionário de carreira da Assembleia, que naquela oportunidade estava em seu segundo mandato como parlamentar. Chegou à PBH com bom trânsito junto à equipe do prefeito. Ele disputou a sucessão do próprio Lacerda, mas fragorosamente derrotado, atualmente, não é visto em BH, sequer para um cafezinho. Aliás, os seus amigos do Mercado Central, onde costumava comparecer sempre, dizem: ele deve estar morando fora, pois, seu sumiço é total. Tem pessoas que revelam: Malheiro não deve retornar à vida pública jamais, pois estaria desiludido.

Pode ser uma fatalidade, mas para a sina do atual vice-prefeito de Belo Horizonte Paulo Lamac, ex-vereador e ex-deputado, está traçada uma espécie de abismo da escuridão política. Isolado na prefeitura nos últimos 2 anos, o nome do vice não é mencionado nos meandros dos diversos segmentos que permeiam o cotidiano. Certamente, o seu futuro político é incerto, mesmo porque, a possibilidade de ele tentar disputar a própria sucessão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) estaria fora de cogitação. Lamac sabe que, se for bater de frente com o chefe do Executivo no pleito eleitoral deste ano, seria o seu suicídio político, como argumentam matemático da política mineira.

Mas tudo pode ser diferente neste próximo período. O prefeito Alexandre Kalil está bem avaliado politicamente e cogita a possibilidade de ser reeleito. Neste caso, conforme comentários de bastidores, já estaria com um projeto pronto para disputar o governo de Minas. Sendo assim, seu postulante ao posto de vice-prefeito reuniria uma ótima oportunidade para comandar a prefeitura, considerada uma das maiores do país e, segundo consta, sob uma administração bem avaliada do ponto de vista da sua estrutura. E veja bem: o nome mais palatável para fazer parte da chapa Kalil 2020, no momento, é do ex-secretário de Fazenda, Fuad Noman, isto é, dependendo das negociações políticas que ocorrerão até o final de julho, período das convenções partidárias.