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Novo coronavírus: Minas Gerais perdeu 88 mil vagas de emprego

Além da crise na área da saúde, o coronavírus também está causando impactos negativos na economia e os trabalhadores já estão sentindo isso na pele. Segundo levantamento feito pelo Sebrae Minas, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as empresas mineiras geraram o segundo menor saldo de emprego do país (-88 mil vagas) no mês de abril, sendo responsáveis por 10% do resultado negativo do Brasil.

Essa diferença entre o número de demissões e contratações só não foi pior que o do estado de São Paulo, cujo o resultado foi quase três vezes maior, totalizando 264 mil postos de trabalho a menos. “Quando olhamos o saldo acumulado em 2020, ou seja, de janeiro a abril, Minas teve o terceiro pior resultado (-79.746), atrás de São Paulo (-250.377) e Rio de Janeiro (-114.686). A região Sudeste, como um todo, começou a sofrer primeiro os impactos da pandemia de COVID-19, pois o estado de São Paulo foi o primeiro epicentro da doença”, explica a assistente do Sebrae Minas, Gabriela Martinez.

O único setor que registrou saldo de emprego positivo no estado foi a agricultura (706 vagas). Já os segmentos que demitiram mais que contrataram foram: indústria da transformação (-23 mil vagas), comércio e reparação de serviços automotores e motocicletas (-22,9 mil vagas), informações, comunicação e atividades financeiras e imobiliárias (-11,2 mil vagas) e alojamento e alimentação (-11 mil vagas).

Outras atividades que também ficaram com resultado negativo no mês foram construção (-8,9 mil vagas), transporte, armazenagem e correio (-4,3 mil vagas), administração pública, defesa e seguridade social, educação e saúde humana (-3,6 mil vagas), outros serviços (-3,4 mil vagas), outras indústrias (-457 vagas) e serviços domésticos (15 vagas).

Gabriela ressalta que, no Brasil, os setores de serviços, comércio e indústria da transformação foram os principais impactados. “Em Minas Gerais seguiu-se o mesmo padrão do país. Serviços não essenciais como: informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, além de alojamento e alimentação, tiveram saldos bem negativos. Comércio e a indústria de transformação também tiveram resultados ruins, uma vez que muitos pararam suas operações”

No mês de maio, as cinco cidades com os saldos mais baixos de emprego no estado foram: Belo Horizonte (-20,9 mil vagas), Nova Serrana (-3,8 mil vagas), Uberlândia (-3,7 mil vagas), Contagem (-3,1 mil vagas) e Juiz de Fora (-3 mil vagas). “A capital foi a mais afetada, pois como tem maior fluxo de pessoas e atividades teve que ser mais agressiva nas medidas restritivas para conter o avanço da pandemia. As outras podem ser consideradas como polos regionais e, seguindo a mesma lógica de BH, também sofreram mais os impactos do isolamento social do que municípios menores e mais isolados”.

Por outro lado, Paracatu (815 vagas), Monte Belo (360 vagas), João Pinheiro (186 vagas), Frutal (177 vagas) e Nova Ponte (166 vagas) foram os municípios mineiros que registraram os melhores resultados. “Paracatu foi o terceiro melhor colocado entre os municípios brasileiros para o saldo gerado em abril. Olhando o resultado entre os meses de janeiro e abril deste ano, o município foi o segundo do Brasil com mais contratações de carteira assinada: 2.803. A principal atividade responsável por esse saldo positivo foi o setor de agronegócio”

Para finalizar, a analista acrescenta que ainda não está claro qual será o impacto total gerado pela pandemia da COVID-19 para a economia. “Não sabemos até quando a doença vai durar no país. Estamos vendo um movimento de reabertura das atividades em muitos estados, mas ainda existe o risco de ter que dar um passo atrás nessa retomada. Muitas empresas que demitiram os funcionários estão na esperança de uma recuperação e da possibilidade de recontratar, mas tudo depende da sua capacidade de sobreviver nesse período”.