Home > Destaques > Segundo pesquisa, homens lavam menos as mãos do que as mulheres

Segundo pesquisa, homens lavam menos as mãos do que as mulheres

Uma atitude simples que pode salvar não apenas uma, mas milhares de vidas. Lavar as
mãos é uma das principais formas de evitar o contágio do novo coronavírus. E a maioria da população afirma ter aderido às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo um estudo inédito do Ministério da Saúde, as práticas de higiene recomendadas para a prevenção da COVID-19 são seguidas por 82,7% da população brasileira.

De acordo com a pesquisa, 8 em cada 10 pessoas afirmaram ter adotado o hábito de lavar as mãos regularmente com água e sabão ou higienizá-la com álcool em gel.
Ainda segundo o material, as mulheres foram as que mais adotaram os hábitos com
87,3%. Já entre os homens o percentual chegou a 77,7%. Os dados são da primeira edição da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas
por Inquérito Telefônico COVID-19 (Vigitel) do Ministério da Saúde.

O médico mineiro Estevão Urbano, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que a descoberta de que a higienização das mãos reduzia a incidência de infecções mudou a história da medicina. “Isso aconteceu nos anos 1800, através de Ignaz Semmelweis na Áustria, mostrando que parteiras lavando as mãos causavam menos infecções pós-parto do que os próprios médicos, que até então não higienizavam”, diz.

Segundo o infectologista, o rigor neste procedimento só aumentou. “Isso mudou toda a história da medicina, não só da parte infectológica. Lavar as mãos evita todos os tipos de infecções transmitidas por contato, ou seja, quando existe um patógeno que é transmitido por meio do toque e o que quebra essa cadeia de transmissão é higienizar as mãos. Isso é muito relacionado a infecções hospitalares, nas quais as bactérias são passadas pelas mãos e lavá-las é preponderante para reduzir essa transmissão e a taxa de infecção nos hospitais”.

No final de março, o Ministério da Saúde divulgou dados sobre óbitos pela COVID-19 e mostrou que 68% das vítimas eram do sexo masculino e 32% do feminino. Mas Urbano não acredita ser possível, com as informações do momento, afirmar se existem motivos científicos que justifiquem porque homens se infectam mais do que mulheres, tampouco se isso está ligado diretamente a higienizarem menos as mãos.

Ele acrescenta que em relação a maior transmissão de homens do que de mulheres, a diferença não é tão grande a ponto de se pensar em único fator fundamental que pudesse fazer essa distinção. “Nós sabemos que, talvez ,os homens se exponham mais ao frequentar áreas de mais risco do que as mulheres, isso seria uma possibilidade. Mas, não é possível dizer que seja por fatores de higienização das mãos, genéticos ou hormonais. As mulheres também são muito infectadas e, no momento, não é plausível apontar o porquê dessa pequena diferença na incidência de infecções por COVID-19”, disse.