O ano passado terminou melhor do que se esperava quando o assunto é abertura de empresas em Minas Gerais. De acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), 2019 registrou a abertura de 53.758 novos empreendimentos, número 15% maior do que os 46.730 negócios formalizados no ano anterior.
Com isso, o estado possui, atualmente, 751.450 empresas ativas, sendo que destas, quase 364 mil atuam no setor de serviços, pouco menos de 309 mil estão no comércio e outras 79 mil são indústrias. Para comentar mais sobre esses dados e fazer uma previsão para este ano, o Edição do Brasil conversou com o presidente da Jucemg, Bruno Falci (foto).
A que se deve o aumento da abertura de empresas em Minas Gerais?
Isso aconteceu por uma série de fatores. Primeiro, podemos destacar que o Brasil voltou a crescer economicamente nos últimos anos e, para 2020, há uma expectativa de que os números sejam ainda melhores. Então, pode ser que os empresários já estejam fazendo investimentos para aproveitar esse novo ciclo de crescimento.
Outro fator importante para os bons números do ano passado foi a facilitação para a abertura de novas empresas. A Jucemg foi a primeira junta comercial do país a realizar o registro on-line e instantâneo de um novo empreendimento por meio do nosso site. Esse processo impulsionou as pessoas que estavam na informalidade a se formalizarem. Para finalizar, podemos destacar também a Lei da Liberdade Econômica, que contribui para que os empresários se sintam mais confiantes.
Como o governo estadual está contribuindo para essa realidade?
O atual governador Romeu Zema (Novo) é diferente dos que estavam no poder antes. Ele não é um político de carreira, mas sim um empresário que entrou para a política e, por isso, sabe das necessidades da categoria. Apesar de Minas estar em uma situação financeira delicada, Zema está conseguindo gerir de maneira eficiente, enxugando a máquina pública e melhorando a eficiência dos serviços prestados. Outro fator positivo da atual gestão é o fato dele fazer o que precisa ser feito para melhorar a economia mineira, o que gera mais credibilidade no setor empresarial.
Por que o setor de serviços é o que mais teve empresas abertas?
Em Minas, o setor de serviços é o que mais cresce há algum tempo e o número maior de empresas nesse segmento é algo natural. Várias pessoas que perderam o emprego no período da crise financeira começaram a prestar algum tipo de serviço para conseguirem se manter.
Qual a previsão para a abertura de empresas neste ano?
Esperamos que haja uma retomada do desenvolvimento e, se isso acontecer, abre-se espaço para que novas empresas sejam criadas. Porém, apesar do otimismo, não acredito que tenhamos 15% a mais de aberturas de novos empreendimentos, pois é um número alto e a base de comparação já está mais elevada se comparada com 2018.
Como é o processo de abertura de empresas em Minas Gerais?
Atualmente é possível abrir uma empresa em minutos. A Lei 13.874 acabou com a exigência de alvará para atividades de baixo risco, o que facilitou a integração entre a Jucemg e os demais órgãos de licenciamento, como a Vigilância Sanitária e prefeituras, para a constituição das empresas. Isso diminuiu a burocracia estatal e prevalece o princípio da boa-fé do contribuinte, ou seja, do cidadão. É um grande avanço para a nossa economia. Além disso, é importante ressaltar que nós, da Jucemg, trabalhamos diariamente para que o processo de abertura de empresa seja mais fácil, simples e rápido.
A Jucemg vai passar por um processo de descentralização de suas atividades neste ano. Como isso vai acontecer?
Hoje, já é possível abrir uma empresa pelo computador e o próximo passo é conseguir fazer isso pelo celular, por meio de um aplicativo. Ademais, seguimos trabalhando para desburocratizar, mas isso é algo que depende também de prefeituras e outros órgãos. Porém, a Jucemg está sempre na vanguarda se comparada com as demais juntas comerciais.