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WhatsApp é a principal fonte de informação no país

Quem nunca recebeu uma notícia sobre o clima, futebol, política ou qualquer outro tema pelo WhatsApp? É cada vez mais comum se atualizar por meio do aplicativo. Prova disso é que, segundo uma pesquisa realizada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, 79% dos brasileiros utilizam a rede social como principal fonte de informação.

A plataforma, atualmente, possui mais de 136 milhões de usuários no país e é a mais popular por aqui. A pesquisa apontou que, depois do WhatsApp, 50% das pessoas se informam por meio de canais de televisão, 49% por vídeos no YouTube, 44% pelo Facebook, 38% por sites de notícias, 30% utilizam o Instagram, 22% optam por se informar pelo rádio, 8% buscam notícias em jornais impressos e 7% pelo Twitter.

Os dados não surpreendem o especialista em marketing Gabriel Rossi. Para ele, o WhatsApp é um fenômeno mundial que representa a integração entre o digital e o off-line. “Hoje, quem acha que o celular é a segunda tela, ‘perdeu o bonde’. Ele já é a primeira na vida das pessoas. Alguns estudos apontam, inclusive, que o celular age como o cigarro agia antigamente, ou seja, a pessoa não tem nada para fazer, pega o aparelho e checa as mensagens”.

O WhatsApp, na opinião do especialista, se tornou relevante, principalmente, por atingir todas as gerações. “Todo mundo tem acesso e, mesmo sendo algo ligado à tecnologia, não é uma exclusividade do público jovem. A presença do aplicativo na vida do brasileiro é diária”.

Rossi observa pontos positivos e negativos nesse hábito. “A facilidade de acesso e o imediatismo fazem o app ser muito útil. O boca a boca, que sempre existiu, ganhou força após sua ascensão”. No entanto, ele aponta algumas limitações. “O WhatsApp te deixa dentro de uma bolha. Você não vê outras opiniões, pois recebe informações de determinados amigos que, na maioria das vezes, pensam como você. Então, a pessoa passa a ver seu pensamento como verdade absoluta, pois não interage com quem tem reflexões diferentes”.

Fake news

Na visão do especialista, ao contrário do que muitos pensam, o WhatsApp não é o causador das fake news, mas passou a ser um grande propagador delas. “Estudos comprovam que várias pessoas compartilham notícias falsas para afirmarem quem são e o que pensam. Muitas vezes, elas já sabem que tal informação não é verdadeira, mas mesmo assim compartilham para fortaleceram o que já pensam politicamente, socialmente e culturalmente”.

Quando a informação falsa chega ao app é multiplicada milhões de vezes. “Não dá para checar quem começou a enviar a fake news porque ela passa por vários meios. Nós vamos ver muito isso este ano, o aplicativo, infelizmente, será usado de forma negativa, principalmente no período eleitoral que está por vir”, acredita.

Rossi dá algumas dicas na hora de compartilhar as informações. “Evite propagar muitas notícias, pois a chance de enviar algo que não seja verdade é maior. Além disso, não importa o que você acredita ou defenda, é melhor estar munido da verdade. Por fim, claro, cheque se o dado está vindo de um canal conhecido, de algum jornalista com reputação. Se o conteúdo parecer absurdo demais, pense duas vezes antes de mandar para alguém”, orienta.

O especialista adiciona que é sempre perigoso compartilhar fake news. A secretária Rose Souza não pensou nisso antes de compartilhar um link que, de acordo com a informação que recebeu, daria créditos gratuitos para ligação e mensagens. “Recebi de uma amiga, em um grupo, e a mensagem dizia que se eu encaminhasse para 20 contatos, receberia R$ 40 promocionais”.

Mas, era fake news. “Fui alertada pelo meu filho, ele clicou no link e foi encaminhado para um site que, segundo ele, era um spam e que poderia fazer com que entrasse até vírus no celular de quem abrisse. Corri para avisar todo mundo, fiquei com receio de estragar o smartphone de alguém. Por sorte, isso não aconteceu. Mas, agora, sempre procuro saber a veracidade do conteúdo que recebo, se não encontro, não compartilho”, garante.