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Amigo oculto deve movimentar R$ 7,5 bilhões na economia

Muito comum entre os brasileiros e famoso nas festas de fim de ano, o amigo oculto é uma forma de presentear os familiares ou colegas de trabalho sem gastar muito. Apesar disso, a brincadeira deve ter um impacto significativo no comércio e movimentar cerca de R$ 7,5 bilhões na economia, segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

A estimativa é de que 66,3 milhões de pessoas entrem em pelo menos algum amigo oculto no trabalho ou na família. Quase metade (49%) pretende participar de apenas um evento e outros 39% de dois. As principais motivações apontadas pelos entrevistados foram o fato de gostarem desse tipo de celebração (59%) e considerarem a brincadeira uma boa maneira de economizar com presentes (36%).

Mesmo sendo um ano de orçamento mais enxuto, a média de gastos com cada presente será de R$ 67,70. No ano passado, o valor desembolsado foi de R$ 59,49. “A tradição parece nunca sair de moda entre os brasileiros. É uma brincadeira democrática e uma ótima alternativa em tempos de orçamento apertado”, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Ainda segundo ele, a brincadeira tem seu lado positivo, mas é preciso cuidado quando se trata de orçamento. “Pode ficar caro se o consumidor decidir entrar em todos os amigos ocultos do seu círculo de convivência. A dica é participar apenas de comemorações em que o preço é estipulado com antecedência. Também vale analisar se o dinheiro não fará falta ou vai comprometer o pagamento das contas”, conclui.

A secretária Cláudia Lopes conta que está participando de dois amigos ocultos. “Todo ano fazemos a brincadeira na minha casa. Já virou uma tradição da nossa família e participa tanto os adultos, quanto as crianças. O lado bom é que não precisamos nos preocupar com presentes para todos, basta comprar o do amigo oculto e todos saem ganhando. O valor que estipulamos esse ano foi de pelo menos R$ 50”.

Cláudia também aderiu a brincadeira na empresa onde trabalha. “Sempre fazem até como forma de integração entre os funcionários. O sorteio dos nomes é feito de forma on-line para evitar confusão. Na festa de confraternização fazemos a revelação e entrega dos presentes. Também temos um grupo no WhatsApp onde todos colocam algumas opções do que gostariam de ganhar. O valor mínimo estabelecido foi R$ 70”.

Além do amigo oculto tradicional, existem outras opções mais baratas para quem não quer ficar de fora. Na clínica onde a fisioterapeuta Denise Bastos trabalha, decidiram fazer a confraternização tendo apenas o chocolate como opção de presente. “Eles sabem que a maioria não tem muito dinheiro para gastar com isso, mas também não queríamos deixar de fazer nada. Surgiu essa ideia que não fica caro para ninguém. Todo mundo compra uma barra de chocolate, coloca em uma embalagem bonita e entrega para o seu amigo. O importante é participar e ter aquele clima de união”.