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A morte anunciada

Havia uma esperança. O empate do Ceará contra o Athletico Paranaense e a derrota para o Corinthians no Castelão abriram uma nova chance, mas o Cruzeiro não reagiu. A soma de erros na temporada, a falta de comando, as crises política e financeira puxaram para baixo.

Quatro técnicos num só ano, um presidente fragilizado, as denúncias, um elenco caro e envelhecido. O Cruzeiro abriu mão de dois jogadores importantes na temporada – Arrascaeta e Lucas Romero –, fez contratações erradas, poupou o time e perdeu pontos incríveis. Mano Menezes abriu o festival de horrores e, dai para frente, nada funcionou.

A torcida ajudou o quanto pode, até explodir após a consumação da queda. Ficam agora muitas perguntas no ar.

Quem vai comandar o clube? Onde conseguir recursos financeiros? Como reformular o elenco e administrar os atos salários e a dívida milionária?
O Cruzeiro está a um ano do seu glorioso centenário e deve tomar consciência da gravidade da situação. Que 2020 seja um ano de transição para uma volta por cima, urgente, merecida e inadiável.

A triste semana começou com a decepção do América. O futebol mineiro fica com um time na A, dois na B e um na C. Ninguém na Libertadores, e o Atlético na Sul-Americana. É muito pouco pelo tamanho e a importância de Minas.

Com o ano também ruim do Galo, eliminado em todas as competições, até por adversários mais fracos, podemos chamar 2020 como o ano de reconstrução do futebol mineiro.

Agora não adianta fazer mais dívidas, a hora é de pensar como pagá-las, reduzir despesas, mudar conceitos e arejar as administrações. Um dos caminhos é voltar os olhos para as divisões de base, o que funcionou até pouco tempo.
Vejam quantas revelações chegam por meio das equipes que disputaram o Campeonato Brasileiro encerrado no domingo dia 8. Aqui, quase nada.

A conta chegou. A torcida vai apoiar as reformas com toda certeza. Isto é para ontem.

*Presidente da Rede Itatiaia de Rádio