Com população estimada em até 10 mil habitantes, de acordo com levantamento da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), baseado nos dados do último Censo, o Barro Preto é um dos bairros mais antigos de capital e destaca-se como um grande polo de moda, atraindo compradores de todo o país. Mas, o ano de 2019 não será lembrado pela performance positiva dos lojistas da região. Pelo menos é o que acredita Lúcio Faria, presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos de Belo Horizonte (Sincateva-BH).
Segundo dados da PBH, são mais de 800 lojas de pronta-entrega localizadas na região, distribuídas entre galerias e shoppings, que recebem cerca de 350 mil compradores diariamente. Esse movimento é responsável pela geração de 80 mil empregos, diretos e indiretos, incluindo 2 mil costureiras da capital e outras cidades de Minas Gerais. “O Barro Preto é uma grande cidade, temos hospitais importantes, fórum, várias lojas, restaurantes, hóteis. É um centro que emprega vários colaboradores”, diz Faria. “Mas, apesar da expectativa de que vai melhorar, a economia, de fato, está parada”, acrescenta.
Apesar de ações e esforços da categoria para movimentar a economia local, o foco já é 2020. “Chegamos num ponto que não tem jeito de piorar, a perspectiva para esse ano não é boa, mas pensamos positivamente para o ano que vem. Funcionários públicos estão recebendo 13º salário agora. O governo vem se ajustando e, com emprego, tudo melhora. A expectativa é para 2020”, declara Faria.
Fausto Izac, vice-presidente de relações públicas e sociais da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) acredita no potencial da região. Como empresário do ramo de armarinhos, ele atua há 32 anos no bairro. “A importância da região não é só pela questão da moda, mas pela empregabilidade. Embora não haja um número oficial, sabemos que o setor emprega muita gente, não só em Belo Horizonte, mas na região metropolitana. Inclusive, algumas cidades do interior prestam serviços para confecções do Barro Preto e região. E mantém BH como o principal farol da moda em Minas Gerais”, destaca.
Mas, o fato da capital depender economicamente dos pagamentos dos servidores públicos aparece como uma das razões do entrave na economia do local. “Belo Horizonte tem uma dependência grande do funcionalismo estadual, então, à medida que o governo acerta o 13º salário e acena com a possibilidade de ajustar o calendário de pagamentos dos funcionários públicos, o cenário é ficar mais positivo”.
A expectativa do empresário, que também é fundador da Associação Comercial do Barro Preto (Ascobap), é que a situação melhore no próximo ano. “A gente sabe que existem setores que, quando a economia começa a melhorar, respondem mais rapidamente, como o da construção civil, indústria de alimentos e moda. A expectativa é que de acordo com que haja uma melhora, estadual quanto federal, a moda responda. Estamos entusiasmados”, finaliza.