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Fifa: tolerância zero

Desde sua criação, cuja data é um tanto incerta, o futebol vive envolvido em polêmicas e histórias de todos os tipos. Algumas pesquisas indicam que sua invenção aconteceu na China, 2.500 anos antes de Cristo. Na época as partidas eram verdadeiras guerras. A bola era um crânio e o perdedor condenado à morte. Outras pesquisas mostram que o futebol moderno, mais ameno, mas não menos guerreiro, começou na Inglaterra entre os anos de 1860/70.

O fato é que o futebol ganhou um desenvolvimento impressionante, caiu nas graças do povo e virou paixão nacional em vários países. Ao longo dos anos o futebol foi deixando de ser apenas uma forma de lazer para se transformar em algo que movimenta grandes disputas e montanhas de dinheiro.

Para organizar tudo isso, em 1904, foi criada a Federação Internacional de Futebol Associação (Fifa), cuja sede fica em Zurique – Suíça. A Fifa com mão de ferro e poder absoluto criou e regulamentou as regras do futebol, assim como as formas de disputas de todas as competições, desde os mais simples torneios até a importante Copa do Mundo. Uma das principais preocupações da Fifa é com a manutenção da ordem e da disciplina, não só dentro de campo, como de forma especial com relação ao público.

A entidade maior, diretamente ou por intermédio das suas confederações filiadas vem lutando bravamente contra todas as formas de violência dentro das praças esportivas, aplicando punições aos infratores. Entretanto, de uns tempos pra cá, um problema maior chama a atenção dos dirigentes da Fifa.

O crescimento dos atos de racismo contra jogadores, treinadores, dirigentes, clubes e torcedores dentro dos estádios. Para tentar estancar tremendo preconceito, a Fifa reformulou seu código disciplinar que não sofria mudanças desde 2004.

Este novo Código Disciplinar que está entrando em vigor tem como um dos pilares a luta contra o racismo. O objetivo é penalizar tudo que possa ser considerado comportamento discriminatório para qualquer situação relacionada à raça, cor da pele, origem étnica, nacional ou social, gênero, deficiência, orientação sexual, idioma, religião, opinião, política, riqueza, nascimento ou qualquer outro status ou motivo.

As punições previstas são pesadas. Atletas, membros das comissões técnicas e dirigentes, além de multas, podem ficar suspensos de 10 jogos a eliminação. O clube pode perder vários mandos de campo e ter seu estádio interditado.

O torcedor que provocar qualquer ato de racismo será proibido de ter acesso aos locais dos jogos por tempo determinado, além de ser entregue as autoridades de cada país para o devido processo criminal. O esforço, segundo a Fifa, é proteger a sociedade como um todo, utilizando a força do futebol para servir como instrumento de transformação, de união, de alegria entre os povos.

Não é tarefa fácil. Infelizmente muitos ainda pensam que futebol é guerra. Utilizam o que deveria ser puro lazer para descarregar sua ira contra tudo e contra todos, tendo como escudo para tanta coragem, o álcool e a droga.

Mas como a grande maioria dos envolvidos direta ou indiretamente com o futebol é formada por gente do bem, que tem amor e respeito pelo esporte e pelo próximo, acreditamos que a chance de tudo melhorar é muito grande.

Para aqueles que ainda vivem na idade da pedra, com a cabeça e o coração cheios de violência e preconceito, um recado em alto e bom som. A Fifa avisa que a tolerância é zero.

Até a próxima!