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Seleção brasileira, a pátria em chuteiras

O Brasil acaba de fazer dois amistosos inúteis contra a Colômbia e o Peru, nos Estados Unidos, trazendo um empate, uma derrota e um futebol de baixa qualidade. Tite, como sempre, gostou e como não tinha uma desculpa razoável criticou a qualidade do gramado e a logística da viagem.

A primeira coisa que, nós brasileiros, temos que admitir é que há uma carência de bons jogadores e muito mais daqueles excepcionais que sempre frequentaram as nossas convocações. Fica a cobrança e a esperança em cima do Neymar, este sim craque, mas fora de forma, pagando o preço de tantos fatos negativos na sua carreira, dentro e fora de campo.

O pior de tudo é que já nos dias 11 e 15 de outubro teremos mais convocações e viagens para amistosos contra Argélia e Senegal, que nada acrescentam, e depois mais duas Datas-Fifa na primeira quinzena de novembro. Aí fechamos 2019 e, em março de 2020, entramos nas eliminatórias para a Copa do Catar.

A nossa dependência de jogadores europeus já não é tão importante mais. Há um crescimento técnico nas competições em nosso país e uma juventude pedindo oportunidades. A convocação para as Datas-Fifa não causa mais qualquer motivação nos que vêm do exterior e chegam à prestação. Os treinos são burocráticos e sonolentos.

É urgente acabar com as experiências do Tite, pois é obrigatório a seleção entrar em campo com o que tem de melhor e jogar para ganhar. O que mais preocupa, neste momento, é a indiferença do público brasileiro para com o nosso time, de gloriosas tradições e sempre vitorioso. Não podemos nos comparar à Venezuela, Peru, Bolívia, Equador, etc, que saem por aí nas Datas-Fifa.

O futebol brasileiro, pentacampeão, de tanta história, merece escolher locais e adversários à altura, e se possível, de vez em quando, jogar em território nacional.

A seleção é a pátria em chuteiras, já dizia Nelson Rodrigues.

*Presidente da Rede Itatiaia de Rádio