Home > Opinião > Novo presidente do Sebrae Minas acredita em crescimento interno econômico de 1,5%

Novo presidente do Sebrae Minas acredita em crescimento interno econômico de 1,5%

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego em Minas cresceu 77,6% em 4 anos (2014-2018). Frente à essa informação, dados do Sebrae Minas apontam que somente em junho, os pequenos negócios geraram 15 mil postos de trabalho. Ou seja, um braço importante na retomada do crescimento da economia.

O Edição do Brasil entrevistou o novo presidente do Sebrae Minas, Teodomiro Diniz, sobre o papel da entidade nesse momento, suas apostas para o segundo semestre e o cenário político que o novo governo deve enfrentar em 2019.

Como você analisa o cenário econômico brasileiro atual? E como as eleições podem interferir?
Nos últimos anos, o Brasil se destacou no cenário global pelo desempenho econômico negativo. Para este ano, espera-se um crescimento interno de 1,5%, que embora pareça pouco significativo, sinaliza uma retomada gradual da economia. Para o segundo semestre, a expectativa é de uma recuperação moderada da atividade econômica, interrompida pela greve dos caminhoneiros. Esse crescimento será sustentado, principalmente, pelo aumento do consumo das famílias. O cenário eleitoral terá um impacto significativo, pois o próximo presidente e os representantes do Executivo e Legislativo, federal e estaduais, vão enfrentar uma forte pressão por reformas. Questões como privatizações, investimentos em infraestrutura, política de preços administrados (especialmente combustíveis e energia), reforma fiscal e previdenciária são urgentes na agenda política brasileira.

Quais ações do Sebrae Minas estão em andamento neste semestre?
Até o final do ano, o Sebrae Minas tem uma ampla agenda a cumprir. Além do atendimento permanente aos pequenos negócios, realizado de forma presencial e a distância, em diferentes canais, estão planejados vários eventos de capacitação e promoção de negócios. Além dessas atividades, o Sebrae mantém ainda uma carteira com 212 projetos de desenvolvimento de segmentos econômicos estratégicos, envolvendo os setores da indústria, comércio, serviços e o agronegócio.

Qual o projeto da entidade para alavancar a indústria mineira?
Entre os projetos que beneficiam a indústria mineira temos o Mind 4.0, os Hackatons e o apoio a editais de inovação. São iniciativas que aproximam a demanda de grandes empresas do setor de soluções inovadoras desenvolvidas por pequenos negócios. Também podemos citar os projetos de incentivo ao desenvolvimento de setores, como os de confecção, panificação, cerveja artesanal, calçados, construção civil, móveis, cerâmica vermelha, gemas e joias.

Outro importante projeto é o de eficiência energética, focado em energias limpas. Especificamente para o segmento da construção civil o Sebrae atuará como realizador do Minascon. O evento, que será realizado em Juiz de Fora de 25 a 27 de setembro, é o único no país que trabalha de forma unificada a cadeia produtiva da construção.
Ainda no estímulo à competitividade dos pequenos negócios do setor, o Sebrae mantém parcerias com importantes players da indústria, com trabalhos voltados para o aprimoramento gerencial de seus atuais e potenciais fornecedores.

Qual a importância do Sebrae Minas no contexto nacional?
O Sebrae Minas tem uma agenda pautada na inovação, tecnologia e sustentabilidade, que visa gerar valor para os pequenos negócios e a sociedade. Na articulação com o governo do estado, associações de classe e sociedade civil, conquistou importantes avanços na criação de políticas públicas que incentivam o desenvolvimento local das comunidades com as quais se relaciona. Um desses avanços é a disseminação da cultura empreendedora nas instituições de ensino de todo o estado. Apenas em 2017, alcançamos mais de 1.500 escolas e 11 mil educadores, com treinamentos que vão auxiliá-los em seu trabalho no ensino fundamental até o superior. Temos a convicção de que a educação empreendedora tem um papel fundamental na transformação da realidade social brasileira e na vida dos indivíduos.

Como empresário, quais setores devem ser estimulados para retomada do crescimento econômico?
A priorização de investimentos na agricultura, especialmente nas culturas onde o estado é competitivo, como o café, por exemplo, favorece a geração de PIB, empregos e exportações. Na indústria, setores como a construção civil tem grande capacidade de absorção de mão de obra, além de gerar efeitos multiplicadores em diversos outros segmentos, sobretudo comércio e serviços. O investimento na indústria deve ser priorizado em atividades intensivas em tecnologia e conhecimento, o que permite aumentar a complexidade produtiva e o valor agregado, principalmente em exportações. No comércio e serviços, a tendência é a migração de investimentos para segmentos com forte efeito multiplicador de renda, como educação e saúde, que além de promover a melhoria das condições de vida de uma região dinamizam diversos outros setores correlatos.