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Mais de 16 milhões de pessoas utilizam cheque

Engana-se quem pensa que o brasileiro usa apenas o cartão de crédito e débito para o pagamento. Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 8% ainda utilizam cheque pré-datado para realizar compras, ou seja, 16,62 milhões de pessoas. Em média, uma pessoa utiliza cheque nove vezes por ano e os produtos mais adquiridos são: alimentos em supermercados (34%), materiais de construção (20%) e móveis (18%).

Pensando em fomentar ainda mais o uso dessa modalidade de crédito, o Banco Central (BC) alterou, por meio da circular 3.859/2017, o prazo de compensação de valores até R$ 299,99 para um dia. Antes, levava-se 2 dias úteis para que ocorresse o desconto.

Em circular divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a instituição aponta dois fatores que contribuíram para dar agilidade a essas operações. O primeiro é a implementação da compensação por imagem, que começou em 2011 e eliminou as trocas físicas que eram feitas antes. E de acordo com os bancos, o uso dos cheques está em queda. Em 2017, foram compensados 494 milhões, 85% menos que o registrado em 1995, quando foram compensados 3,3 bilhões de cheques.

O assessor jurídico da Fecomércio MG Marcelo Matoso analisa que essa mudança contribui para tornar essa modalidade mais competitiva em relação ao cartão de crédito. “Isso era um pedido geral de todas as instituições financeiras, uma forma de fomentar a utilização desse meio de pagamento. Agora o empresário conseguirá receber o dinheiro com mais agilidade”.

Existem três faixas de compensação para os bancos: até R$ 299,99, acima desse valor e até R$ 250 mil. No último nível, as quantias são compensadas entre os próprios bancos, porém nos menores, esse processo é realizado por meio de um sistema do BC, chamado Compe (Centralizadora da Compensação de Cheques), com o intuito de evitar fraudes. A mudança na forma de compensação foi feita na faixa mais baixa e na qual possui mais movimentação financeira. “O cheque continua sendo um instrumento importante para o comércio e, com o fato de receber os valores antes, consegue efetuar renda e estimular a economia”.

Aceitação no mercado

O Depósito Piracema, em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, ainda aceita cheque. Luciano Geraldo Souza, sócio do local, conta que, apesar de aceitar a modalidade, eles só recebem esse tipo de pagamento de pessoas conhecidas e que comprariam no local mesmo não tendo o talão. “Não aceitamos de qualquer um. Quem compra aqui, com cheque, também poderia pegar as coisas na notinha. Já tomamos prejuízo por causa de cheque sem fundo”.


 As grande empresas varejistas ainda aceitam cheque como forma de pagamento.   


Souza relata que, atualmente, apenas 5% das compras são feitas via essa modalidade. “Além de pessoas conhecidas, também vendemos no cheque para empresas grandes, pois temos a certeza que vamos receber”.

Já Luiz Braga, sócio da Prime Imagens, optou por não aceitar cheque. “Não a considero como uma forma eficiente de pagamento. Prefiro desembolsar as taxas da maquininha de cartão do que me arriscar”, finaliza.


Veja os cuidados ao receber cheques:

  • Observe se o cheque é personalizado, ou seja, se possui nome e número da conta impressos;
  • Verifique se não há rasuras na numeração do cheque e da conta bancária (a tonalidade da tinta deverá ser sempre a mesma);
  • Solicite a apresentação do RG e, se necessário, do cartão do CPF;
  • Aceite somente cheque preenchido e assinado no ato do pagamento. Evite receber cheque de terceiros;
  • Confira o preenchimento, observando o valor escrito por extenso e o importância em cifras. A data deverá ser bem legível e sem emendas;
  • Não aceite cheques com rasuras;
  • Não aceite cheques amarelados ou amassados, pois podem ser de contas inativas;
  • Independentemente do valor da compra, faça o cadastro do emitente do cheque com todos os dados pessoais (e se for casado, também do cônjuge).

Fonte: Associação comercial