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Os bons rumos da economia

Após 2 anos adormecido, o Brasil finalmente despertou para o seu potencial. O país vem, aos poucos, retomando o dinamismo do período pré-crise. À primeira vista, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1% no recorte nacional e em 0,6% no Estado podem parecer pequenos. Porém, é preciso considerar que tal evolução sinaliza uma inflexão, mudando a trajetória da atividade econômica para melhor após 2 anos de recuos acentuados.

Nesse contexto, podemos destacar um movimento comum na análise dos dois cenários. Em ambos os casos, o setor terciário mostrou, mais uma vez, sua relevância para a economia. Responsável por mais de 60% da riqueza gerada tanto no país quanto em Minas Gerais, os serviços puxaram a retomada econômica no último ano. O comércio também desempenhou um importante papel nesse resultado. Especialmente em território mineiro, o crescimento de 2,5% evidenciou que o comércio de bens, serviços e turismo é um dos setores que mais tem força para proporcionar bem-estar à população, impactando diretamente na economia mineira e na qualidade de vida da sociedade.

 A continuidade da recuperação econômica segue um caminho bem pavimentado em 2018. A manutenção da inflação em patamares baixos, inferiores ao piso da meta, combinada com uma política monetária expansionista – marcada pela menor taxa básica de juros da história – e a retomada, ainda que gradual, do mercado de trabalho, são excelentes condicionantes ao consumo familiar e aos investimentos empresariais.

Os indicadores antecedentes, bons termômetros do rumo a ser seguido pela economia, sinalizam uma trajetória favorável, ainda que volátil. Os indicadores de confiança das famílias e dos empresários, por exemplo, refletem o otimismo desses agentes com o cenário atual e mostram uma expectativa ainda mais positiva para o futuro.

Apesar do cenário mais propício à atividade econômica, ainda temos pontos estruturais e conjunturais a serem trabalhados. Contudo, enquanto uns ainda esperam por decisões políticas, outros já estão sendo avaliados e modificados. O juro praticado na economia é exemplo disso. Mesmo que se tenha atingido o menor juro básico da história, o crédito continua caro na ponta, deixando o Brasil como um dos países com as maiores taxas praticadas. O descompasso entre a Selic e os juros ao consumidor final torna-se evidente ao considerarmos modalidades muito praticadas pelas famílias. O cartão de crédito, o cheque especial e, até mesmo, o crédito pessoal permanecem restritos, dados seus altos percentuais. Esse fato se coloca como obstáculo na velocidade da recuperação do consumo familiar, impactando especialmente o comércio varejista. Aquelas empresas que comercializam bens duráveis ou semiduráveis e que, por consequência, necessitam de melhores condições de financiamento, apresentam, até o momento, um ritmo lento de retomada.

Nesse sentido, o Banco Central do Brasil tem adotado, por meio da sua Agenda BC+, providências para reduzir o spread bancário e, consequentemente, tornar o crédito mais barato. Medidas como a simplificação das regras do compulsório, limitação do uso do crédito rotativo, legalização da diferenciação de preços por prazo e meio de pagamento, entre outras, já foram aprovadas e estão em vigor. Outras tantas seguem em pauta para aprovação. Esse movimento da autoridade monetária, em consonância com o mercado, gera mais confiança na condução da política econômica e, consequentemente, nas expectativas dos agentes.

Ainda temos diversas frentes para avançar. Portanto, enquanto houver entraves à geração de riqueza, emprego e renda, devemos continuar vigilantes. Mas é bom saber que nós, setor produtivo e famílias, não estamos caminhando sozinhos em direção à retomada do crescimento econômico.